As ações da Vivo (VIVT3) acumularam retorno total de 217% nos últimos cinco anos, considerando dividendos, o que representa um desempenho acima do Ibovespa, que avançou 160% no mesmo período. O resultado levanta a questão: quais estratégias sustentam o crescimento da empresa?
Christian Gebara, CEO da Vivo desde 2019, aponta que a companhia se consolidou como uma das líderes do setor de telecomunicações no país e tem planos ambiciosos para o futuro. Em entrevista ao Expert Talks CEO, da XP, ele falou sobre trajetória, resultados e desafios da operadora.
Formado em administração de empresas, Gebara ingressou na empresa em 2006, participou de processos de fusão e assumiu diferentes funções até chegar ao comando da Vivo. “O primeiro desafio foi comprovar que eu podia ser alguém de negócio”, recorda.
O executivo afirma que dedica a maior parte da agenda ao trabalho, incluindo viagens frequentes à Espanha e a diferentes regiões do Brasil.
“Eu viajo muito pelo Brasil pela Vivo porque acredito que a gente tem que estar próximo da ponta”
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Estratégia e liderança no setor
No comando da empresa, Gebara destaca a liderança da Vivo em todos os segmentos de atuação. A companhia detém mais de 40% no mercado pós-pago, mais de 30% no pré-pago e cerca de 18% no segmento de fibra. O portfólio inclui 102,4 milhões de linhas em operação, o equivalente a 38,8% do total ativo no Brasil.
“Cobrimos 96,8% da população com rede 4G e 92,3% da população com a rede 4.5G, mantendo a diferenciação da nossa rede em relação aos principais competidores”
O crescimento recente foi reforçado no segundo trimestre de 2025, quando a Vivo apresentou avanço de receita acima da inflação e melhora nas margens Ebitda por meio do controle de custos.
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Para o futuro, a meta é ampliar a oferta de serviços. “A gente aposta na penetração de mais serviços sobre o mesmo cliente. É a possibilidade de oferecer convergência, poder oferecer fixo e móvel, mais serviços, um pacote mais completo, um serviço diferenciado”, afirma Gebara.
Inovação e atendimento ao cliente
Embora a digitalização seja prioridade, o CEO considera que as lojas físicas seguem fundamentais. “É um ponto de contato para qualquer pessoa que quer fazer ajuste em plano ou quer trocar o plano”, diz.
Hoje, a Vivo conta com cerca de 1.800 pontos de venda. Segundo Gebara, esses espaços precisam ir além da oferta de smartphones e planos de telefonia. “A gente está crescendo dentro de uma visão de hub de tecnologia”, explica.
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A inteligência artificial já tem papel relevante, especialmente no atendimento via WhatsApp. Porém, o executivo avalia que ainda há espaço para evolução. “O atendimento completo por IA ainda tem muito a evoluir”, afirma.
Outro diferencial citado por Gebara é a disciplina de gestão. “Ela te ajuda na gestão do tempo. Vai desde organizar sua agenda até não usar tanto o celular”, comenta.
Diversidade, eficiência e retorno ao investidor
O CEO ressalta que a curiosidade e o repertório são essenciais para manter a inovação na empresa. Ele também defende que diversidade é uma vantagem competitiva.
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“A diversidade traz inovação. A nossa aposta por diversidade com certeza tornou a Vivo mais criativa”
No mercado, a Vivo segue como destaque entre as recomendações de analistas. O papel VIVT3 tem recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 36,00. Entre os pontos positivos estão o desempenho operacional consistente, o portfólio defensivo, o momento favorável de resultados e os retornos atrativos.
A estimativa para 2026 é de dividend yield próximo a 8%, o que reforça o interesse de investidores em busca de renda passiva.