O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recusou aprovar um pacote de ajuda militar de mais de US$ 400 milhões (R$ 2,1 bilhões) a Taiwan enquanto busca um acordo comercial com a China, informou o Washington Post.
O envio, que incluía munições e drones autônomos, foi rejeitado em uma decisão tomada neste verão, mas que ainda pode ser revertida, segundo a reportagem publicada na noite de quinta-feira, horário dos EUA, citando fontes não identificadas.
A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Bloomberg News, mas disse ao Post que a decisão não havia sido finalizada. O escritório de representação dos EUA em Taipei encaminhou as consultas a Washington.
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O Ministério da Defesa de Taiwan não comentou sobre planos de venda de armas ou ajuda não confirmados, mas agradeceu o apoio dos EUA.
“Como membro responsável da região, Taiwan está determinado a continuar fortalecendo sua capacidade de autodefesa, enquanto coopera com os EUA e outros parceiros com interesses semelhantes para, juntos, dissuadir agressões e garantir a paz e a estabilidade regionais”, disse um porta-voz em comunicado.
Se confirmada, a suspensão da assistência de segurança se alinha ao esforço do governo Trump para reduzir tensões com Pequim, enquanto busca um acordo comercial amplo com a segunda maior economia do mundo. Trump deve ter nesta sexta-feira sua primeira ligação telefônica com o presidente chinês Xi Jinping desde junho, em uma conversa que pode resultar em acordo sobre as operações do TikTok nos EUA e abrir caminho para uma reunião no próximo mês.
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Pequim considera a democracia autônoma de 23 milhões de habitantes parte de seu território e protesta regularmente contra transferências de armas dos EUA, classificadas como provocativas. O ministro da Defesa da China, Dong Jun, reiterou nesta quinta-feira um alerta contra “interferências externas” em Taiwan durante um fórum de defesa regional em Pequim, em referência indireta a Washington.
A suspensão também reflete a abordagem transacional da política externa de Trump, que prioriza aliados arcando com sua própria defesa. A avaliação do governo, segundo o Post, é que Taiwan deve comprar armas americanas em vez de recebê-las por meio da Presidential Drawdown Authority, mecanismo usado várias vezes pela administração Biden.
Taipei, por sua vez, vem ampliando seus compromissos de defesa, em parte para atender a Washington. O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, planeja aumentar os gastos militares e seu governo aprovou na semana passada recursos especiais para adquirir mais drones e embarcações.
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