Paul Atkins, presidente do órgão fiscalizador dos mercados dos Estados Unidos, disse nesta segunda-feira que está acelerando a busca do presidente Donald Trump para eliminar a obrigatoriedade dos balanços corporativos trimestrais, aumentando as preocupações sobre a transparência em relação a essa mudança significativa.
A mudança desejada por Trump exigiria que as empresas listadas publicassem seus resultados financeiros semestralmente, em vez da atual exigência da SEC para divulgação a cada 90 dias.
A agência pode divulgar uma proposta até o fim deste ano ou no início de 2026, disse Atkins. Em 2018, a SEC solicitou comentários públicos sobre possíveis mudanças, mas acabou mantendo o regime atual.
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“O apelo do presidente foi oportuno e, portanto, estamos trabalhando para acelerar o processo”, disse Atkins, falando a repórteres na sede da agência.
“Espero que, em algum momento no fim deste ano ou no início do próximo, possamos apresentar uma proposta e coletar comentários das pessoas”, acrescentou.
Trump tem argumentado que a medida, proposta pela primeira vez por ele em 2018, reduziria os custos e desencorajaria a visão de curto prazo entre as empresas de capital aberto. Na época, a SEC disse que a proposta era uma prioridade.
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Desta vez, a agência parece estar totalmente alinhada, dando à proposta uma chance maior de sucesso, à medida que a Casa Branca assume maior controle da agenda da SEC.
Atkins não definiu um cronograma para a mudança.
Alguns investidores alertam que adiar as divulgações financeiras poderia reduzir a transparência e aumentar a volatilidade do mercado, tornando as ações dos EUA menos atraentes, embora vários tenham apoiado a ideia recentemente.
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Defensores da transparência também alertam que isso poderia dar às empresas mais oportunidades para ocultar ou adiar notícias ruins.
As empresas listadas nos EUA nem sempre divulgaram seus resultados financeiros trimestralmente. A mudança foi determinada pelo órgão regulador dos EUA em 1970.