A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reforça o alerta à população sobre os riscos do sarampo e a importância da vacinação como principal forma de prevenção da doença. Apesar de Campos não registrar um caso da doença há décadas, o sarampo é altamente contagioso e pode causar complicações graves tanto em crianças quanto em adultos, e apesar dos avanços na cobertura vacinal, ainda há risco do reaparecimento de casos, especialmente entre os não imunizados.
Considerada uma das doenças mais transmissíveis do mundo o sarampo se espalha pelo ar, por meio de gotículas expelidas ao tossir, espirrar ou falar. “Das doenças exantemáticas, o sarampo é a que tem maior possibilidade de complicações e gravidade. É uma doença que mata”, alerta o diretor de Vigilância em Saúde do município, o infectologista Rodrigo Carneiro.
Segundo o médico, até 5% das crianças infectadas podem precisar de internação em UTI, com risco de evoluir para óbito. “Entre as complicações mais frequentes estão pneumonias bacterianas, que costumam ser o principal motivo de internação, além de infecções no sistema nervoso central, como meningoencefalite grave. O sarampo é uma doença complexa, com potencial de gravidade”, ressalta Rodrigo Carneiro.
O estado do Rio de Janeiro já registrou dois casos confirmados da doença em 2025, no município de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. As infecções atingiram duas crianças da mesma família, menores de um ano de idade, que já receberam atendimento e passam bem. As amostras foram analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-RJ) e pela Fiocruz.
Em Campos, a Secretaria de Saúde conseguiu elevar significativamente os índices de vacinação contra o sarampo, mas ainda assim a preocupação permanece. “Passamos longos períodos abaixo da meta vacinal e, com isso, a população suscetível, ou seja, os não imunizados, foi aumentando. Isso nos mantém em risco para novos casos. Esperamos que, com a adesão da população, possamos alcançar a meta do Ministério da Saúde e diminuir a possibilidade de reintrodução do vírus”, destaca o diretor.
A vacina que protege contra o sarampo é a tríplice viral, que também imuniza contra caxumba e rubéola. Ela está indicada para crianças a partir dos 12 meses, com uma segunda dose prevista aos 15 meses, neste caso, com a vacina tetra viral, que inclui ainda proteção contra a varicela (catapora). Em cenários de surto, a primeira dose pode ser antecipada para 6 meses de idade, com reforço obrigatório após o primeiro ano de vida. Adultos não vacinados ou com esquema incompleto também devem receber duas doses, com intervalo de 30 dias entre elas.
A imunização está disponível em mais de 30 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município, com agendamento e atendimento das 8h às 16h, de segunda a sexta-feira. Já o Centro Municipal de Imunização funciona por livre demanda, de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, e nos fins de semana e feriados, das 8h às 17h.
A Secretaria de Saúde reforça o pedido para que pais e responsáveis verifiquem suas cadernetas de vacinação e de seus filhos e compareçam aos postos de imunização. “O sarampo é uma doença imunoprevenível e pode ser evitada com um simples gesto: a vacina”, concluiu o infectologista.