
No ônibus lotado, na conversa de família, no trânsito que nunca anda ou até nas mensagens de WhatsApp mal-interpretadas: tudo pode virar piada quando passa pela lente criativa de Paulo Guerra. O humorista e multiartista mineiro, de 35 anos, tem se destacado no cenário nacional justamente por retratar o cotidiano com inteligência e sensibilidade, transformando a rotina em arte e conquistando públicos diversos.
A afetividade do humor de Paulo relata situações comuns do dia a dia, como a relação entre mãe e filho, brincando com responsabilidades e ensinamentos de forma ao mesmo tempo divertida e impactante. Assim como Nelson Rodrigues utilizava a crônica para revelar os dramas e contradições da vida carioca, Paulo Guerra se apropria do cotidiano para transformá-lo em humor. Se Nelson enfatizava o exagero e a carga trágica das relações humanas, Paulo segue pelo caminho da ironia e do afeto, mostrando que situações banais — do trânsito à vida em família — podem se tornar material de riso e identificação. Ambos revelam, cada um a seu modo, que a rotina é fonte inesgotável de arte.
“Eu penso em retratar um mundo em que a mãe está pronta para atender às dúvidas de um filho que muitas vezes é desconexo com a realidade. Cidoca, a mãezona, mostra que o caminho é mais curto, direto e seco — e esse é o toque de humor que acredito que precisamos: um humor baseado nas piadas da vida”, explica Paulo.
Apesar de ironizar o cotidiano, Guerra revela que existe uma relação de amor, respeito e, acima de tudo, humor afetivo no que faz. “Eu busco mostrar, de diversas formas, que estamos muito além do que vivemos com responsabilidade e criatividade”, completa o artista.
Sobre Paulo Guerra
O humorista começou a ganhar visibilidade quando passou a gravar vídeos com Dona Conceição, sua avó — já falecida em 2022. “Minha avó era incrível, topava todas as minhas loucuras com os textos. Foi a partir daí que comecei a aplicar os estudos da faculdade de cinema na produção do meu conteúdo”, relembra.
Criador de personagens que misturam o humor popularesco com a sofisticação narrativa da dramaturgia e do cinema, Paulo desenvolve um trabalho autoral que une riso, afeto e crítica social através de figuras como Cidoca, Neuza e Mariza — mulheres populares que conquistaram milhões nas redes sociais e agora estão prontas para os palcos.
Sua comédia parte do cotidiano e é construída com linguagem refinada: roteiros com timing dramático, composição de cena precisa, direção de arte simbólica e um humor que acolhe e provoca. Com um olhar afetivo sobre as dores e delícias da vida adulta, da maternidade, da solidão e da amizade, Paulo Guerra cria uma comédia que não só faz rir, mas também faz lembrar. Rir com ele é revisitar a própria história.
Nas redes, Paulo já soma mais de dois milhões de seguidores — número que só cresce. No perfil @euoguerra, presente em todas as plataformas, o público encontra conteúdo leve, divertido e que transborda uma mineiridade única, cheia de afeto, humor e identidade.
Rodrigo Teixeira
Repórter com mais de 15 anos de carreira. Formado em Jornalismo e Direito pela Estácio de Sá e pós-graduado em Fiscalização, Controle e Orçamento Público e Metodologia do Ensino Superior, ambas pela Escola do Legislativo do Estado do Rio de Janeiro (Elerj). Com experiência em diversos segmentos do jornalismo, entre eles, no meio corporativo, artístico, e no poder público. Com passagem pelas redações dos maiores portais de internet do país, como Terra, UOL e R7. Inclusive já produziu conteúdo para o portal iG. Experiência de gestão, redação e projetos especiais para o on-line dos Jornais O Dia e Meia Hora. Web Repórter da Rede TV, na sucursal do Rio de Janeiro e correspondente do programa “Tô na Fama”, da Rede TV do Tocantins. E correspondente no Rio de Janeiro do programa Tô no SBT, do SBT Barra do Tocantis.