A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) promoveu, na última semana, a primeira reunião do grupo de trabalho para elaboração do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) da Lagoa de Cima, em Campos dos Goytacazes. O objetivo é reunir profissionais da secretaria, especialistas em diferentes áreas, como fauna, flora, administração econômica e jurídica, para dar início a um amplo trabalho de pesquisa.
O diagnóstico do Plano de Manejo é construído de forma específica para cada local, exigindo uma análise detalhada das unidades de conservação em níveis micro e macroscópicos. Esse processo considera tanto os elementos bióticos e abióticos quanto às questões antropológicas, como a ocupação humana e os aspectos econômicos.
O encontro contou com a presença do secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Jorge Rangel Ribeiro, do subsecretário André Luiz Gomes de Oliveira, do mestre em Engenharia Ambiental Roger Rangel Coutinho, do biólogo José Carlos Lyrio, do advogado Dejair Teixeira Tavares, da advogada e coordenadora de Comunicação Francine Klem de Mattos Miquelito de Oliveira, do engenheiro agrônomo Carlos Ronald Macabu Arêas, do tecnólogo em Gestão Ambiental Luis André Sanches Rangel, da bacharel em Direito Gisele Nunes Martins Duncan Viana e da graduanda em Engenharia Ambiental Ana Beatriz Lima Miro.
A reunião foi aberta com uma apresentação do Roger Rangel Coutinho, que destacou a localização estratégica da Lagoa de Cima, sua conexão com corpos hídricos, como o rio Ururaí, a Lagoa Feia e o canal das Flechas, além da proximidade com o Parque Estadual do Desengano. Também foram apresentados os marcos legais que fundamentam a criação da APA, entre eles a Lei Municipal nº 5.394/1992 e a Lei Federal nº 9.985/2000 (SNUC), que regulamenta as Unidades de Conservação.
Na ocasião, foram detalhadas as etapas do Plano de Manejo, que incluem: diagnóstico da área, delimitação das zonas de manejo, definição das ações, implementação do plano e monitoramento contínuo. O diagnóstico inicial deve considerar aspectos físicos e ambientais, biodiversidade, fatores socioeconômicos, infraestrutura e acesso, além dos aspectos legais e institucionais.
Cada membro da comissão ficou responsável por levantar informações relacionadas à sua área de especialidade até a próxima reunião, marcada para o início de setembro. Também foi discutida a importância de parcerias com instituições como a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) e a concessionária Águas do Paraíba, entre outras, visando a utilização de análises e estudos já existentes.
Outro ponto de destaque foi a necessidade de incluir a participação da comunidade local no processo. O secretário Jorge Rangel ressaltou que moradores antigos da Lagoa de Cima, especialmente pescadores e comerciantes com mais de 60 anos, serão ouvidos em entrevistas, trazendo suas memórias, percepções e experiências sobre as transformações da região.
A Lagoa de Cima, localizada a 28 km do centro de Campos, possui cerca de 15 km² de espelho d’água e integra uma bacia hidrográfica de mais de 1.270 km², sendo um dos patrimônios naturais mais importantes do Norte Fluminense. Transformada em APA em 1992, a área é fundamental para a preservação ambiental e para o fortalecimento do turismo sustentável e da economia local.
O secretário Jorge Rangel destacou a relevância da iniciativa: “O Plano de Manejo é fundamental para assegurar a conservação e o uso responsável dos recursos naturais da Lagoa de Cima. Nossa proposta é desenvolver esse processo de maneira participativa, com a contribuição de técnicos, pesquisadores e, sobretudo, da comunidade que habita e tem sua vida diretamente ligada a esse território. Além disso, queremos promover a integração entre as secretarias municipais de Campos dos Goytacazes, garantindo que as ações sejam articuladas e tragam resultados ainda mais efetivos para a cidade”.
Com esse primeiro encontro, a Semmas deu início a um processo estruturado de planejamento e gestão da APA Lagoa de Cima, que deverá se consolidar como referência em conservação ambiental e desenvolvimento sustentável para Campos e toda a região Norte Fluminense.