A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta sexta-feira, 19, Diego Fernandes de Souza, de 40 anos, o Minotauro, suspeito de liderar uma quadrilha que já roubou ao menos 30 residências em bairros nobres, como Cidade Jardim e Morumbi, zona sul de São Paulo.
A prisão foi confirmada pelo secretário da Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite, em seu perfil nas redes sociais. O titular da pasta se referiu ao suspeito como um “homem considerado o maior ladrão de casas de São Paulo”.
Considerado o chefe da quadrilha, ele já era investigado há pelo menos dois anos pelo Deic, o Departamento Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil. Ele foi localizado na comunidade Paraisópolis, vizinha ao Morumbi, na zona sul.
Minotauro estava foragido por roubo, formação de quadrilha, porte ilegal de armas e outros crimes. O nome dele consta em ao menos 14 inquéritos instaurados pelas autoridades policiais desde 2016.
Inicialmente, Minotauro era cooptado por criminosos por ser chaveiro e abrir a porta de casas para a prática dos assaltos. Depois, resolveu entrar no universo criminal de vez.

Minotauro participava de alguns dos assaltos fisicamente, mas atuava sempre na organização e como mentor dos crimes.
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O foco era o Morumbi pela proximidade de Paraisópolis, onde Minotauro tem imóveis e esconderijos, segundo a polícia.
“Articulador e executor de dezenas de assaltos na capital. Entrava nas casas com armas e torturava idosos e crianças”, disse Artur Dian, delegado-geral do Estado.
Nas redes, o secretário ressaltou a extensão da ficha criminal do suspeito e critica o que chama de “leis fracas”. “Dezenas de passagens por roubo e suspeita de relação com os crimes de hoje no Morumbi. Mais uma prova do retrabalho policial. Quando assistir às cenas de crime, lembre-se das leis fracas do Brasil”, publicou.
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De acordo com a polícia, Minotauro estava foragido por roubo, formação de quadrilha, porte ilegal de armas e outros crimes. O nome dele consta em pelo menos 12 inquéritos instaurados pelas autoridades policiais desde 2016, de acordo com a SSP.
“Ele sabia que a polícia estava atrás, então não saía muito, mas coordenava ações criminosas e ajudava quando o imóvel alvo ficava localizado perto de onde ele estava”, explicou o delegado Fábio Sandrin, responsável pelas investigações.
O outro detido foi identificado como Rafael Henrique Alves de Sousa, o Rafinha, comparsa de Minotauro. Ele foi detido pela Polícia Militar após participar de tentativa de roubo a uma casa no Morumbi, na manhã desta sexta. A reportagem busca a defesa.
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Crimes seguiam mesmo modus operandi
Em reportagem de maio, o Estadão mostrou o modus operandi da quadrilha de Minotauro. O foco são casas de alto padrão perto de obras ou imóveis vazios. A ação ocorre de madrugada, e em bairros nobres.
Sem chamar muita atenção, criminosos fortemente armados entram nas casas e rendem vítimas ainda dormindo. Joias, relógios de luxo e outros itens de valor são levados em instantes.
A quadrilha já tinha roubado ao menos 30 residências em três anos, estima o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil. Derrite fala em “dezenas de passagens por roubo e suspeita de relação com os crimes de hoje no Morumbi”.
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No mês de abril, as investigações apontam que as vítimas da gangue do Minotauro tiveram prejuízo estimado em pelo menos R$ 1 milhão. A casa invadida na ocasião fica na Rua General José Scarcela Portela, no Morumbi.
Conforme o boletim de ocorrência, ao qual o Estadão teve acesso, foram levados ao menos 13 relógios de luxo – sete da marca Rolex e outros três da Patek Philippe. Os bandidos também roubaram joias e US$ 5 mil (quase R$ 30 mil) em espécie.
O delegado da 4ª Disccpat revelou que criminosos que atuavam com Minotauro foram presos em outras operações da Polícia Civil. “Além desses presos por roubo a residências, agora detivemos líder do esquema. Com certeza, esse crime vai perder a força”, disse o delegado.