O Ibovespa tem sido impulsionado em 2025 por setores que parecem ganhar novo fôlego — em especial o setor imobiliário, que desponta como protagonista desse “boom”.
Enquanto elétricas, commodities e techs também figuram no radar dos investidores, o IMOB se sobressai: o índice do segmento acumula alta de 63,8%, bem acima do IBOV (+20,9%), mas, em especial, três ações do setor já ultrapassaram 100% de valorização no ano.
A trajetória do setor imobiliário em 2025 reforça um padrão histórico: cortes de juros costumam impulsionar fortemente as ações de construtoras. Um estudo da Rico analisou os últimos cinco ciclos de afrouxamento monetário no Brasil e mostrou que, em janelas de seis a 12 meses após as reduções da Selic, o setor apresentou valorizações expressivas, com altas de até 246%, em períodos passados.
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Apesar de ciclos mais recentes terem mostrado ganhos mais modestos ou até quedas (como em 2023), a correlação entre juros mais baixos e desempenho positivo das construtoras segue evidente.
Para 2026, parte do mercado acredita que um novo ciclo de cortes pode renovar o fôlego das incorporadoras, sobretudo em nomes já bem posicionados.
Analistas destacam Moura Dubeux (MDNE3), Tenda (TEND3), Cyrela (CYRE3) e EzTec (EZTC3) como potenciais beneficiárias, em um cenário de custos de financiamento menores, demanda mais aquecida e possível reprecificação dos ativos.
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Ainda assim, há quem veja limites para esse movimento, dado o suporte governamental já existente ao setor e valuations próximos de máximas históricas em algumas companhias.
Destaque para as maiores altas do IMOB
Entre as ações que compõem o índice, cinco papéis lideram as valorizações em 2025. O maior destaque é MDNE3, que dispara mais de 173% no ano. Em seguida aparecem TEND3 (+113%) e LAVV3 (+108%), que também mais que dobraram de valor. Logo depois vêm PLPL3, com quase +100%, e CURY3, que sobe cerca de +96% no acumulado do ano. Juntas, essas companhias simbolizam a força do setor no ciclo atual.

Análise técnica Moura Dubeux (MDNE3)
Principal destaque do IMOB em 2025, a ação da Moura Dubeux acumula alta de 173% no ano e segue em trajetória consistente. Nesta semana, negocia no positivo e, caso confirme o fechamento, será a décima semana consecutiva de valorização. Pelo gráfico semanal, o papel rompeu sucessivos topos históricos e atualmente sua máxima é de R$ 29,08.
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O IFR (14) em 77,97 indica sobrecompra, o que sugere cautela no curto prazo, mesmo diante da forte tendência de alta.
Suportes: R$ 26,35; R$ 25,86; R$ 22,98; R$ 20,26; R$ 18,48
Resistências: R$ 29,08; R$ 29,84; R$ 30,97; faixa de R$ 33,50
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Análise técnica Tenda (TEND3)
A Tenda acumula valorização de 113% em 2025, mas nesta semana recua após renovar topo histórico em R$ 27,43. Pelo gráfico semanal, o papel corrige parte da alta recente, mas segue em destaque no setor, sustentando tendência de médio prazo positiva.
O IFR (14) em 68,76 já se aproxima da região de sobrecompra, mostrando que o movimento ainda é forte, embora exija atenção a novas correções.
Suportes: R$ 26,06; R$ 24,45; R$ 22,91; R$ 20,84; R$ 19,89
Resistências: R$ 27,43; R$ 30,15; R$ 32,12; faixa de R$ 33,91

Confira mais análises:
- Boom do IMOB e rali das elétricas: os setores por trás do recorde do Ibovespa em 2025
- Banco do Brasil (BBAS3): ações passam por recuperação com volta de força compradora
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Análise técnica Lavvi (LAVV3)
A Lavvi acumula alta de 108% no ano e, após cinco semanas consecutivas de valorização, iniciou movimento corretivo no gráfico semanal. O ativo segue forte e sua máxima histórica é de R$ 15,59, mas o momento indica realização natural após forte rali.
O IFR (14) em 75,41 reforça condição de sobrecompra, mostrando que ainda há pressão compradora, mas também risco de correção mais ampla.
Suportes: R$ 14,61; R$ 13,78; R$ 12,45; R$ 11,47; R$ 9,62
Resistências: R$ 15,59; R$ 16,25; R$ 16,73; faixa de R$ 17,80

(Rodrigo Paz é analista técnico)
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