Um dos compromissos assumidos pelo governo Wladimir Garotinho foi o de priorizar a saúde na ponta. A atual gestão não poupou esforços para a regularização de toda a Atenção Primária à Saúde (APS), com reaberturas das unidades que estavam fechadas, a chegada de novos médicos, capacitação de pessoal e aquisição de materiais, como os tablets para o uso do Sistema Inteligente de Serviços da Saúde (SISS), que permitirá aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) o registro eletrônico do prontuário dos pacientes diretamente em campo.
A subsecretária de Atenção Primária de Campos, a médica Ana Carolina Xavier, destaca a importância do registro e cadastro de informações de qualidade como ferramenta de transformação para o SUS, permitindo um planejamento mais eficaz das ações de saúde e o acompanhamento adequado dos pacientes. Ela agradeceu aos profissionais de saúde pela dedicação e reforça o compromisso da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) em oferecer condições dignas de trabalho.
“Dados precisos refletem a realidade do território e são essenciais para garantir um cuidado integral, resolutivo e justo, desde o nascimento até a velhice. Só peço aos profissionais que continuem com atenção e precisão em seus registros, pois eles são a base para decisões que afetam toda a rede de saúde”, enfatizou a subsecretária, expressando confiança e valorização aos profissionais. “Considero-os a porta de entrada do SUS e a base de confiança para o cuidado”.
SAÚDE E CUIDADO NA PONTA
A Estratégia de Saúde da Família (ESF) estimula a formação e a capacitação de profissionais de saúde com uma visão ampliada, que vão além da doença e consideram o ser humano em sua integralidade. As enfermeiras Renilza da Silva Almeida, que atende na UBSF do Parque Rodoviário, e Keithy Magalhães, na UBSF do Parque Aldeia, mencionaram que a Atenção Primária, onde a saúde da família se insere, tem como foco principal a prevenção de doenças e a promoção de hábitos saudáveis. Para elas, isso significa menos pessoas doentes e, consequentemente, menor sobrecarga nos hospitais e sistemas de saúde de maior complexidade.
Keithy, que trabalha há oito anos na Estratégia de Saúde da Família, destaca a importância do vínculo com os pacientes. Ela menciona o acompanhamento do desenvolvimento infantil, desde o pré-natal até a verificação do calendário vacinal, com o objetivo de promover saúde e não apenas tratar doenças.
A profissional também enfatiza a importância da prevenção, como no caso do câncer de colo de útero e mama, onde a conversa com a paciente vai além da coleta de exames, permitindo identificar e abordar vulnerabilidades sociais e familiares. Ela ressalta que o apoio e o aconselhamento, muitas vezes mais importantes que a medicação, fortalecem o cuidado integral. “Sair do ambiente físico da unidade de saúde e ir para a comunidade (rua, casa, escola) é fundamental para entender as reais necessidades dos pacientes. Cito um exemplo de como a orientação sobre alimentação pode ser mais eficaz quando adaptada à realidade do paciente, substituindo, por exemplo, carne magra por ovos, caso a primeira não seja acessível. Essa aproximação permite visualizar as vulnerabilidades e oferecer uma ajuda mais efetiva”, pontuou.
Atuando na ponta há 14 anos, a enfermeira Renilza conta sobre a evolução do trabalho na área da saúde no município, começando com o programa PACS (Programa de Agentes Comunitários de Saúde) em 2011, que no início focava em cadastrar pacientes e conhecer os territórios, o que permitiu identificar problemas de saúde que passavam despercebidos nas UBSs tradicionais, como casos de hanseníase e tuberculose.
“Com a chegada do Mais Médicos e a implementação da Estratégia de Saúde da Família, o trabalho se intensificou. Houve melhoria no atendimento pré-natal e de planejamento familiar, reduzindo drasticamente o número de gestantes. Outro ponto importante foi o acompanhamento de pacientes hipertensos e diabéticos. Através de um trabalho conjunto com os agentes comunitários, incentivando visitas semestrais à unidade, foi possível melhorar o controle dessas doenças, com pacientes chegando menos descompensados”, informou Renilza, enfatizando que o trabalho da ESF é de longo prazo e que a coleta de dados e o mapeamento do território são essenciais para planejar as ações de saúde de forma eficaz.
O município possui, atualmente, 45 unidades de Estratégia de Saúde da Família. Todas elas contam com uma equipe composta por médicos da estratégia; enfermeiros; técnicos de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde (ACS).