Preciosidades que transformam o cinema em arquibancada

A fala mansa, o jeitão simples, diplomático, escoltam o espírito inquieto da arquibancada. Antonio Leal garimpa preciosidades audiovisuais como quem devora um prato de comida, diria Neném Prancha. Para o criador do Cinefoot, o cinema caminha tão inseparável do futebol quanto a bola.

A 15ª edição do festival ganha o Rio entre os dias 9 e 16 de maio, com sessões gratuitas. As 74 produções selecionadas incluem exemplares do revolucionário Canal 100 e um diamante ressuscitado pela tecnologia digital: “Alma e Corpo de uma Raça”, tabelinha entre a Cinédia e o Flamengo em 1938. Orgulhoso igual treinador de escrete campeão, Antonio proclama: “Filme de futebol não se assiste, se sente”. Ele escala atrações imperdíveis da maratona cinematográfica:

Que joias históricas você destaca nesta edição?

Antônio Leal: O Cinefoot 2025 vai tratar de um dos temas essenciais no campo da memória cinematográfica, identidade e cultura audiovisual brasileira: a preservação, proteção, guarda e restauração dos filmes de futebol. Entre as produções selecionadas, está uma preciosidade inédita: cópia restaurada de “Alma e Corpo de uma Raça”, produzido pela Cinédia, numa parceria com o Flamengo, em 1938. A obra foi minuciosamente restaurada, em 4K, e traz imagens de craques como Leônidas da Silva e Valido, além do Fla-Flu especialmente jogado nas Laranjeiras para as filmagens.

Que outros lançamentos importantes estão programados?

Teremos as estreias, por exemplo, de “Itaperuna Fubebol Clube – A Águia do Noroeste”, de Bruno Vouzella e Manoel Magalhães, e da sessão Museu da Pelada. Destaco também a exibição de “Onze Futuros: Berlinale encontra o futebol”, com a presença da ex-presidente da Berlinare (Festival de Berlim) Mariette Rissembeek. Este filme foi uma contribuição da Berlinale para o programa cultural do Campeonato Europeu de Futebol, a Eurocopa, sediada pela Alemanha. O projeto reuniu documentários curtos sobre 11 times de futebol, realizados por estudantes da Universidade de Televisão e Cinema de Munique, com a colaboração das equipes.

O Canal 100 também brilha no festival…

Sim, outra joia imperdível é a exibição de um segmento de filmes do Canal 100. Eles chegam às telas do Cinefoot por meio de uma parceria com a Cinemateca Brasileira. O Canal 100 constitui o maior acervo cinematográfico do futebol no país, cobrindo de maneira única o período de 1957 a 1986. O cinejornal criado pelo cineasta Carlos Niemeyer revolucionou a cobertura esportiva e cultural no Brasil, tornando-se um marco na história audiovisual. A Cinemateca Brasileira implementa um projeto de recuperação do Canal 100. Novas produções estarão, em breve, disponíveis ao público.

Como o cinema ilumina a memória esportiva?

Chegamos aos 15 anos do Cinefoot homenageando o passado e entusiasmados com o futuro. Vamos entrar em campo mais uma vez para proporcionar um momento mágico aos amantes do cinema de futebol, fazendo pulsar intensamente as arquibancadas dos cinemas. Filme de futebol não se assiste, se sente.

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Futsal de nanismo e inclusão

Enquanto as redes discutem concessões cromáticas à Canarinho, o futsal de nanismo tinge o esporte de responsabilidade social. Nossos talentos enfrentam as seleções do Marrocos e da Argentina quinta e sexta agora, a partir das 9h30, no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes / Cefan (Av. Brasil, 10.590, Penha). A entrada é 1kg de alimento não perecível.

Organizados pela Confederação Brasileira de Esportes para Pessoas com Nanismo, com o apoio da Secretaria estadual de Esporte e Lazer, os dois amistosos compõem o Jogo da Amizade.  Lembram a importância da triangulação entre prática esportiva, inclusão, diversidade.

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Alexandre Carauta é jornalista e professor da PUC-Rio, integrante do corpo docente da pós em Direito Desportivo da PUC-Rio. Doutor em Comunicação, mestre em Gestão Empresarial, pós-graduado em Administração Esportiva, formado também em Educação Física. Organizador do livro “Comunicação estratégica no esporte”.

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