SÃO PAULO (Reuters) – Órgãos de polícia, Receita Federal e outras autoridades deflagaram nesta quinta-feira a operação “Spare”, uma sequência da investigação contra fraudes de combustíveis e suspeita de ligação de facções criminosas com empresas financeiras lançada no final de agosto e apelidada de “Carbono Oculto”.
A Receita Federal afirmou em comunicado à imprensa nesta quinta-feira que estão sendo cumpridos 25 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo (19), Santo André (2), Barueri, Bertioga, Campos do Jordão e Osasco. Cerca de 100 policiais participam da operação.
Os alvos são suspeitos de utilizar postos de combustíveis, empreendimentos imobiliários, motéis e lojas de franquia como instrumentos para lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio, afirmou a Receita. O grupo teria movimentado mais de R$4,5 bilhões entre 2020 e 2024 e recolheu apenas R$4,5 milhões em impostos federais.

O principal alvo da operação Spare está ligado a uma extensa rede de postos de combustíveis usada para lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, afirmou a Receita. A estrutura foi identificada a partir da concentração de empresas sob responsabilidade de um único prestador de serviço, que formalmente controlava cerca de 400 postos – sendo 200 vinculados diretamente ao alvo e seus associados.
Quando foi lançada, autoridades responsáveis pela Carbono Oculto afirmaram que era possível que outras fases da investigação sobre as quadrilhas de fraude em combustíveis fossem lançadas ainda este ano.
“Durante as investigações, foram identificadas conexões entre os alvos da Operação Spare e indivíduos envolvidos em outras ações de combate ao crime organizado, incluindo a própria Operação Carbono Oculto e a Operação Rei do Crime”, afirmou a Receita.
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Na semana passada, o presidente da rede de postos de combustíveis Ipiranga, do grupo Ultra, afirmou que a companhia estava registrando volume de vendas maior em São Paulo como consequência da Carbono Oculto.
(Por Alberto Alerigi Jr.)