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Embora o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), apareça com 57% das intenções de voto na pesquisa estimulada mais recente do Instituto Paraná Pesquisas, o favoritismo técnico e político começa a migrar para outro nome: Rodrigo Bacellar (União Brasil). Atual presidente da Assembleia Legislativa e aliado direto do governador Cláudio Castro (PL), Bacellar aparece com 10,4% e avança com força no interior do estado.
O nome mais competitivo.
Apesar da distância numérica, especialistas apontam que Bacellar é hoje o nome mais competitivo na disputa de 2026. Ele já comanda interinamente o estado em algumas ocasiões, tem apoio de prefeitos, vereadores e da máquina estadual. Com ampla penetração fora da capital, o deputado se consolida como representante legítimo do “Rio do interior”, em contraposição à imagem elitizada e concentrada de Paes na Zona Sul carioca.
Rejeição crescente e desgaste de imagem.
Além de enfrentar dificuldades para crescer fora da capital, Eduardo Paes carrega um histórico de controvérsias. Uma das mais recentes foi a denúncia de que a prefeitura do Rio teria forjado dados de vacinação durante a pandemia para alcançar metas junto ao governo federal. O caso, revelado por auditoria do TCU em 2023, indicava que cerca de 250 mil registros estavam inconsistentes. O episódio, ainda que não tenha resultado em punição direta a Paes, abriu brecha para desgaste político, principalmente entre eleitores conservadores e profissionais da saúde.
Outro ponto criticado por adversários é a entrega parcial das obras do BRT e da Transbrasil, que tiveram inaugurações apressadas sem conclusão total. Essas falhas são exploradas politicamente por aliados de Bacellar como símbolo do “marketing sobre a gestão”.
Cenário de virada
Bacellar, por sua vez, articula alianças com o PL, PP, Republicanos e bolsonaristas históricos, o que pode consolidar sua imagem como único nome competitivo da direita fluminense. Com rejeição de Paes em alta fora da capital e a concentração de votos conservadores em sua base, Bacellar pode virar o jogo já no início de 2026, especialmente se houver polarização entre interior x capital.
Intenções de voto (cenário estimulado – paraná pesquisas):
Eduardo Paes (PSD): 57,0%
Rodrigo Bacellar (União Brasil): 10,4%
Tarcísio Motta (PSOL): 8,3%
Italo Marsili (sem partido): 1,6%
Indecisos/brancos/nulos: 22,7%
Análise final:
Apesar de liderar hoje, Paes carrega rejeições e fragilidades que podem se agravar com o início da campanha oficial. Já Bacellar conta com estrutura, apoio governista, forte presença no interior e um discurso cada vez mais coeso. Se mantiver o ritmo de crescimento e consolidar alianças com setores da direita, ele pode ser o verdadeiro favorito ao Palácio Guanabara em 2026.