Após anunciar a venda da Avon da América Central e República Dominicana (CARD) na segunda-feira, a Natura (NATU3) divulgou hoje (18) a venda da Avon Internacional, que compreende todas as operações na Europa, África e Ásia, exceto na Rússia. Às 11h47, as ações da varejista subiam 12,51%, cotadas a R$ 9,98.
Com essa transação, resta apenas a Avon Rússia para ser vendida antes que a empresa conclua totalmente esse longo processo de desinvestimento.
A XP Investimentos classifica o anúncio como o passo mais importante na jornada de desinvestimento da Avon Internacional, e vê como positivo o fato de que o acordo deve ter um impacto financeiro irrelevante.
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O time da XP acredita que este anúncio, junto com o novo formato de divulgação da empresa a partir dos resultados do 3º trimestre, deve ajudar os investidores a retomarem o foco na ação, à medida que a história se torna mais simples e clara.
Diante desse cenário, a XP reiterou recomendação de compra, com uma visão construtiva sobre o processo de transformação da Onda 2, que espera continuar entregando resultados positivos.
Para Itaú BBA, a venda da Avon Internacional alivia preocupações sobre a capacidade da Natura de se desfazer deste ativo com desempenho fraco, que vinha impactando negativamente as operações. O Itaú BBA destaca que o acordo não exige injeções adicionais de caixa por parte da Natura, ponto que era observado pelos investidores. Além disso, o banco acredita que não houve transferência relevante de caixa adicional para a Avon International desde o final do 2º trimestre.
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A instituição acrescenta que a Natura continuará operando o ativo até o fechamento (esperado para o 1º trimestre de 2026), mas não devem ocorrer necessidades marginais de caixa relevantes, já que a Avon International gera caixa sazonalmente no 2º semestre.
Em resumo, o Itaú BBA não espera alterações relevantes na posição de dívida líquida de R$ 4 bilhões da América Latina reportada no 2º trimestre. A transação ainda inclui um possível earn-out de até GBP60 milhões, condicionado ao desempenho futuro (percentual de melhoria em métricas de lucro e liquidez), que o banco não considera significativo dado o desempenho recente.
Dos três ativos classificados como “disponíveis para venda” no 2º trimestre, o BBA destaca que agora apenas a Avon Rússia permanece, um ativo que gera caixa e reduz a urgência de venda.
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O Itaú BBA observa ainda que não esperava que a Natura fosse ressarcida pela Avon International. A maior parte dos empréstimos a receber da Avon International (ou seja, caixa já desembolsado pela Natura para a Avon) será capitalizada, gerando baixa contábil pontual, não em caixa, de aproximadamente R$ 1,9 bilhão em ativos (ativos com partes relacionadas reportados no 2T25) e impacto negativo no P&L como operações descontinuadas. O banco reforça que não há motivo para ajustar o preço da transação por esse valor, dada a recente queima de caixa da operação.
O BBA reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 14.
Na mesma linha que os outros bancos, o Bradesco BBI avalia a notícia como positiva, uma vez representa um avanço crucial para a concretização da tese da Natura.
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O Bradesco BBI destaca que o anúncio de hoje ocorre apenas três dias após a venda já positiva do Avon CARD, desta vez com termos melhores do que o esperado, permitindo à Natura se desfazer de uma parte deficitária do negócio, com ganho potencial de aproximadamente R$430 milhões, impacto pro forma positivo de 0,2 vez na alavancagem se totalmente realizado.
O Bradesco BBI ressalta que, embora os resultados de curto prazo possam ser voláteis, o movimento significa que a Natura deixou de depender de decisões arriscadas ou eventos pontuais, passando a ser guiada por fundamentos, especialmente pelo desempenho da Unidade de Negócios Natura Cosméticos. Em síntese, a instituição reforça sua classificação de compra e preço-alvo de R$ 17.