Taxistas que atuam em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, reclamam que estão sendo multados por trafegar na calha do BRT. Segundo relatos, a circulação havia sido temporariamente liberada devido a uma obra no mês passado — mas, com o fim da intervenção, a proibição voltou a valer sem que houvesse ampla divulgação.
Como resultado, muitos profissionais continuaram utilizando a faixa exclusiva e, agora, acumulam multas. Alguns, inclusive, relatam estar sob risco de perder a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
“A calha do BRT, que já havia sido liberada para os táxis, agora está proibida. Porém, devido à falta de informação, muitos taxistas foram surpreendidos com diversas multas e correm o risco de perder a CNH ou ter o carro apreendido”, disse um motorista que preferiu não se identificar.
Após a mobilização da categoria, representantes dos taxistas se reuniram com integrantes da Secretaria Municipal de Transportes e com o secretário de Proteção e Defesa do Consumidor, João Pires.
Durante o encontro, Pires prometeu que as multas aplicadas por radares nas avenidas Cesário de Melo e Ferreira Borges serão canceladas. “Vamos organizar um cadastro dos taxistas afetados por essa falta de comunicação”, declarou o secretário.
Apesar da reunião, a circulação de táxis nas calhas do BRT segue proibida. Segundo Pires, a CET-Rio deve avaliar a possibilidade de liberar o tráfego da categoria futuramente.
Taxistas denunciam atuação de milícias
Além das multas, há relatos de que, devido à atuação da milícia naquela localidade, vans que seriam ligadas a organizações criminosas têm acesso livre à calha do BRT, enquanto os taxistas vem sendo multados e ameaçados.
“Grande parte dos taxistas agora estão cheios de multas e com o risco de perderem suas CNH’s e apreensão dos veículos. As vans passam sem problema, nós estamos sendo multados”, disse outro profissional.
Procurada, a Polícia Civil informou que investiga a atuação de grupos criminosos na região e que há um monitoramento em curso, em parceria com a Polícia Militar. A corporação ainda orienta que os motoristas registrem ocorrência para que os casos possam ser apurados individualmente.