Na última semana a implementação do Jaé, novo sistema de bilhetagem da Prefeitura do Rio, nos modais estaduais parecia que finalmente ia engrenar, com os anúncios da adoção no metrô e do compromisso para a garantia do Bilhete Único Municipal. Contudo, faltando uma semana para a operação exclusiva nos transportes da capital, no próximo sábado (2), quando também começa a funcionar no metrô, ainda não há previsão para o Jaé ser aceito nos trens, barcas, vans e ônibus intermunicipais.
A SuperVia, responsável pela operação dos trens metropolitanos, por exemplo, afirmou que mantém uma atuação positiva e colaborativa junto ao poder concedente, no caso o governo estadual, acompanhando atentamente o processo de implementação do cartão Jaé na cidade do Rio de Janeiro. Contudo, não explicou se há um cronograma para a implementação.
“A concessionária reforça seu compromisso em aprimorar a qualidade dos serviços prestados, espera o alinhamento necessário entre os entes federativos e os sistemas de bilhetagem, e atuará em conformidade com as diretrizes da Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana, a fim de preservar, principalmente, o acesso aos usuários que possuem, nos termos da legislação, direito ao benefício do Bilhete Único Intermunicipal e o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão”, explicou a SuperVia.
O consórcio Barcas Rio, por sua vez, disse que a Secretaria estadual de Transporte e Mobilidade Urbana (Setram) era quem deveria responder sobre o tema. O TEMPO REAL procurou a pasta e perguntou se há previsão para a implementação, instalação dos validadores e início da operação do Jaé nas vans e ônibus intermunicipais, assim como nas barcas. Todavia, até o fechamento deste texto, não havia sido encaminhada resposta.
MetrôRio inicia implantação dos validadores do Jaé
O MetrôRio iniciou, na última segunda-feira (21), a implantação dos validadores do Jaé, de forma progressiva, nas 41 estações. A partir do dia 2 de agosto, os equipamentos começam a operar gradualmente, permitindo que os passageiros utilizem o Jaé para pagamento da tarifa metroviária.
Todos os meios de pagamento atualmente aceitos no sistema seguirão valendo, após a entrada em funcionamento dos validadores Jaé: Cartão Giro, Cartão RioCard, pagamento por aproximação (cartões de crédito e débito com NFC) e QR Code.
Benefícios tarifários seguem mantidos apenas no RioCard
No entanto, apesar de o metrô começar a aceitar o Jaé, os benefícios tarifários estaduais, como Bilhete Único Intermunicipal e Tarifa Social (valores reduzidos de R$ 5 no metrô e trens e R$ 4,70 nas barcas), continuarão sendo oferecidos exclusivamente por meio do cartão RioCard.
Segundo o MetrôRio, para garantir os descontos nas integrações tarifárias entre o metrô e os modais municipais, como ônibus, vans e BRT, os passageiros devem utilizar o cartão Jaé.
“A concessionária orienta seus clientes a utilizarem os dois cartões para que mantenham o acesso aos benefícios tarifários existentes. É fundamental também que os empregadores que adquiram vale-transporte para seus funcionários fiquem atentos e coloquem crédito nos dois cartões, conforme a necessidade de cada funcionário”, explicou o MetrôRio.
Compromisso para garantir Bilhete Único Intermunicipal
Embora em um primeiro momento o benefício vá funcionar no metrô, as secretarias estadual de Transporte e Mobilidade Urbana (Setram) e municipal de Transportes do Rio (SMTR) assinaram uma colaboração técnica para garantir o pleno funcionamento do Bilhete Único Intermunicipal e da Tarifa Social, durante a implementação do novo sistema de bilhetagem adotado pela Prefeitura do Rio.
O convênio formaliza o compromisso da integração entre os sistemas municipais e estaduais de transporte, assegurando o direito de o passageiro usufruir do desconto concedido pelo governo do estado. O Bilhete Único Intermunicipal é uma política pública que permite ao passageiro pagar apenas R$ 8,55 ao utilizar dois transportes, sendo um intermunicipal.
Além de assegurar efetividade à política pública do Bilhete Único Intermunicipal, em vigor desde 2010, a cooperação prevê o compartilhamento de dados, transparência nos fluxos financeiros e mecanismos técnicos para permitir a integração tarifária entre os dois sistemas, respeitando a modicidade tarifária e o direito à mobilidade.