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ESPN.com.br
28 de set, 2025, 18:59
Em entrevista coletiva após a derrota por 1 a 0 para o Bahia, neste domingo (28), pelo Brasileirão, o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, chamou as condições do gramado da Arena Fonte Nova de “inadmissíveis”.
Ele inclusive culpou diretamente o campo de jogo pelas lesões do volante Lucas Evangelista e do lateral Piquerez, que saíram machucados com menos de 30 minutos de jogo.
“Muito difícil jogar num gramado desses. Estamos a falar de futebol de alto nível, futebol profissional… Tinha que ser inadmissível. As lesões (de Lucas Evangelista e Piquerez) surgem das condições do gramado, porque os pés ficam presos. Se vocês forem lá fora ver, vão ver que o gramado é pintado”, disparou.
“Mas pronto, é dar os parabéns ao Bahia, porque fez o gol numa jogada individual, em um jogo equilibrado e muito difícil de ser jogado, com a bola sempre pulando. É difícil jogar assim. Mas parabéns ao nosso adversário. Foi nossa segunda derrota fora de casa, se não me engano. É um caminho difícil, longo. É muito difícil jogar num gramado desses. Mas aceitamos e seguimos”, completou.
Questionado na sequência sobre o calendário brasileiro, Abel disse que está cansado de ser perguntado sobre o tema “pela 544ª vez”, mas fez mais um longo e forte desabafo.
O português salientou que não quer mais dar “murros em ponta de facas” e ressaltou que já aceitou que nada irá mudar, apesar de suas constantes reclamações.
“Eu já falei muito sobre isso. É muito duro você ver um treinador que chegou aqui há cinco anos e está a falar sobre uma coisa que é histórica. Não é de hoje. Portanto, eu, ao longo desse tempo todo, percebi que é dar murro em ponta de faca. E, depois, quem sangra e se prejudica sou eu”, afirmou.
“Eu sei o quanto apanhei ao longo desses anos que estou aqui por querer melhorar, e as pessoas não entenderem minha crítica. Quando as pessoas não querem, vou deixar de dar murro em ponta de faca, porque não compete a mim”, seguiu.
“Criam-se narrativas em torno de um treinador porque realmente quer as coisas muito bem feitas. Você estava lá no Monumental (de Núñez), me perguntou do gramado, não tenho mais o que dizer. Eu não vou mudar, vocês não vão mudar”, lamentou.
“Eu sei aonde estou, as regras são essas, vamos continuar jogando de três em três dias, dois em dois dias, o que for. E, às vezes, entregar para a sorte também, como é esse caso das lesões, dos jogos, do tempo de recuperação que temos de um jogo para outro, porque tem que ter também uma pontinha de sorte para não pegar gramados como esse, de pegar um adversário como que não teve lesões e nós tivemos duas…”, acrescentou.
“E não adianta mais falar sobre gramado, calendários, eu falo, vocês falam quando querem, e quando eu critico é porque não estou aqui para melhorar. Minhas críticas são no sentido construtivo, de margem para crescer. Mas não vai depender de mim. Em cinco anos, apanhei muito, muitos diretores e jornalistas me avisaram que era dar murro em ponta de faca”, repetiu.
“Eu não vou deixar de ser eu. Vocês já me fizeram essa pergunta 544 vezes, você está rindo, mas é verdade… Não sei dizer mais nada a não ser que há muito espaço para melhorar, mas essas decisões não cabem a mim. Ao longo destes cinco anos, lutei contra algo que são pontas de faca e que depois ricocheteiam em mim”, observou.
“Muitos de vocês me alertaram, os jornalistas que estão aqui há mais tempo, muitos me alertaram para não fazer isso, porque era bater em ponta de faca. E vocês tinham razão…”, finalizou.
Próximos jogos do Palmeiras
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Vasco (C) – 01/10, 19h (de Brasília) – Brasileirão
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São Paulo (F) – 05/10, 16h (de Brasília) – Brasileirão
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Red Bull Bragantino (C) – 15/10, 19h (de Brasília) – Brasileirão