“Um alívio”, disse o aposentado Gelson Alves Machado, de 81 anos, após a cirurgia de enucleação de próstata feita no Hospital Geral de Guarus (HGG), que vai permitir a retirada definitiva da sonda que utilizava há três anos. Gelson já planeja viajar para o Rio de Janeiro para visitar um filho e pintar a casa de uma sobrinha, atividades que estavam prejudicadas devido ao diagnóstico de hiperplasia de próstata, uma doença benigna causada pelo aumento da glândula que comprometia sua qualidade de vida.
A mesma cirurgia foi feita nos pacientes Benedilson Alves Barreto e José da Costa Paes. “Eu ia ao banheiro várias vezes por dia e não conseguia ter a sensação de esvaziamento completo da bexiga. Eu urinava muito pouco e sentia inchaço abdominal. Quando soube que faria a cirurgia e que seria com uma alta tecnologia para evitar complicações fiquei muito feliz. O HGG está um hospital novinho e é uma honra para mim ser atendido aqui”, comemorou o aposentado José.
As cirurgias foram feitas pelos médicos urologistas Felipe Martins e Rodrigo Loureiro, na manhã de 29 de maio. No dia seguinte, os pacientes receberam alta. “O principal benefício desta cirurgia é a durabilidade e o conforto porque a técnica entrega um grau máximo de desobstrução das vias urinárias, com a retirada da parte da próstata que atrapalha a saída da urina. Para isto, utilizamos um laser de alta potência para enucleação da próstata. Isto é um grande avanço e é a principal recomendação dos estudos científicos nacionais e internacionais”, explicou o urologista.
Além de Felipe, o cirurgião urológico Rodrigo Loureiro participou do novo procedimento no HGG. Ele é veterano na utilização da técnica em outras cidades e também na capital do estado do Rio. “A hiperplasia de próstata, conhecida como próstata aumentada, é uma doença degenerativa no processo natural de envelhecimento. Assim como as pessoas terão catarata ao envelhecerem, homens terão hiperplasia. E esta técnica representa otimização nos recursos de saúde. A necessidade de transfusão de sangue cai, reduzindo este impacto de previsão sanguínea, a necessidade de UTI na pós-cirurgia e outras questões. Se a doença não for tratada com eficiência, ela pode deteriorar a bexiga que, além do cérebro, é o único órgão que não pode ser transplantado”, explicou Loureiro.
O superintendente do HGG, médico Vitor Mussi, acompanhou os procedimentos e comemorou o resultado. “A equipe está de parabéns pelos resultados alcançados. É importante lembrar que toda esta tecnologia e segurança cirúrgica, tanto da equipe quanto do paciente, está sendo possível a partir da reforma de ampliação do centro cirúrgico, que aumentou nossa capacidade. Os investimentos do poder público no HGG têm gerado bons frutos”, acrescentou Mussi. Ele disse também que é a primeira cirurgia com esta tecnologia pelo SUS, em Campos, e que ela é feita pelo HGG, por ser referência em Emergência Branca.
A diretora clínica do HGG, médica Luísa Barreto, citou que a técnica menos invasiva permite uma recuperação mais rápida pós-cirúrgica, garantindo o giro de leitos para beneficiar outros pacientes que chegarão. “A tecnologia agrega até nisso, no trabalho de gerenciamento de leitos que estamos executando no HGG. Uma recuperação mais rápida evita que o paciente precise de uma internação prolongada. Automaticamente, este leito livre é disponibilizado para outro paciente”, finalizou.