O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, durante audiência de custódia realizada nesta semana, que violou a tornozeleira eletrônica após sofrer um surto causado pela medicação Sertralina, iniciada quatro dias antes do episódio. O depoimento ocorreu diante da juíza Luciana Yuki Fugishita, que questionou Bolsonaro sobre o uso de um equipamento de solda encontrado em sua residência. Ele confirmou já possuir o objeto. A prisão preventiva foi mantida por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro relata “alucinação” e tentativa de abrir dispositivo
Segundo a ata da audiência protocolada no STF, Bolsonaro declarou ter tido alucinações e acreditado que havia uma escuta dentro da tornozeleira. O ex-presidente disse que, por essa razão, tentou abrir a tampa do equipamento, mas negou que tivesse a intenção de fugir ou descumprir as determinações judiciais.
Durante o depoimento, a juíza Luciana Yuki Fugishita perguntou se o ex-presidente já tinha o equipamento de solda em casa antes do ocorrido. Bolsonaro confirmou a posse do objeto, mas reiterou que sua ação teria sido motivada exclusivamente pelo suposto surto ocasionado pelo medicamento antidepressivo.
Decisão judicial mantém prisão preventiva
Com base nas informações da audiência de custódia e diante da tentativa de violação da tornozeleira, o ministro Alexandre de Moraes manteve a prisão preventiva de Jair Bolsonaro. A decisão foi registrada na ata da audiência, reforçando o entendimento de que houve descumprimento de ordem judicial, ainda que o ex-presidente alegue ter agido sob efeito da medicação.
A manutenção da prisão preventiva mantém o ex-presidente sob vigilância da Justiça, enquanto avanços do processo seguem sob análise do Supremo. Novas diligências e eventuais perícias médicas poderão ser consideradas em futuras decisões.