O mercado financeiro brasileiro passou por transformações profundas nos últimos 20 anos. Nesse período, surgiram novas casas de análise, plataformas digitais e também influenciadores capazes de traduzir investimentos para o grande público.
Entre eles está Renato Breia, cofundador da Nord Investimentos, que construiu sua trajetória ao lado da expansão da Bolsa de Valores no varejo e da ascensão das redes sociais como ferramenta de comunicação direta com investidores.
Sua história começa como analista contratado, evolui para a posição de sócio em uma casa de análise e, depois, culmina na fundação da própria empresa.
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Esse movimento marcou a transição de Breia de CLT para empreendedor, em uma jornada que uniu experiência de mercado, credibilidade com o público e a utilização estratégica das redes sociais.
Essa trajetória foi detalhada no Level UP, novo programa do InfoMoney, apresentado por Roberto Indech, Head de Relações Institucionais de Renda Variável da XP.
No episódio de estreia, Breia falou sobre carreira, influência digital e os bastidores do crescimento da Nord Investimentos.
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A transição de CLT ao empreendedorismo
O executivo e influenciador acumula mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro. Ele recorda que, em 2011, já havia algum tipo de interação com o público por meio de vídeos no YouTube e gravações pontuais.
A prática, porém, ainda era incipiente. Mesmo assim, já mostrava um caminho para alcançar investidores de varejo em larga escala.
Essa experiência evidenciou a importância de se comunicar de forma acessível, em um ambiente de alta demanda por informação e análises. A virada seguinte ocorreu em sua atuação como sócio de uma casa de análise, onde um dos principais canais de contato era o e-mail.
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As newsletters diárias se tornaram um veículo de fidelização da audiência, que acompanhava recomendações e análises de forma consistente.
Foi nessa fase que Breia percebeu o peso da comunicação direta e constante para criar credibilidade.
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O início nas redes sociais e o FinTweet
O engajamento digital de Breia começou ainda em 2015, quando surgiu no Brasil o chamado FinTweet, comunidade de profissionais e investidores que usavam o Twitter para debater o mercado financeiro, interagindo com regularidade, acompanhando discussões e produzindo conteúdo sobre investimentos.
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Ele observa que, apesar do potencial, o espaço também era marcado por disputas de ego e embates entre participantes. Ainda assim, o Twitter – hoje, X – representou uma porta de entrada para a exposição digital de analistas e profissionais do setor.
Com o tempo, o Instagram também começou a fazer parte desta rotina, embora ele admita ter chegado mais tarde à plataforma.
Segundo ele, no início, havia a percepção de que não se tratava de uma rede social com apelo profissional. Essa visão mudou conforme a ferramenta se consolidou como canal de construção de marca e aproximação com investidores.
Portanto, mais do que falar sobre investimentos ou educação financeira, as redes sociais se transformaram em uma forma de comunicação direta com clientes, sendo que a presença ativa no digital passou a ser essencial não apenas para atrair público, mas também para reforçar a imagem institucional.

O papel estratégico da influência digital
Hoje, a rede social é vista como um braço estratégico da Nord Investimentos, empresa que ele ajudou a fundar em 2018.
Breia afirma que, em uma companhia com mais de 100 colaboradores, ele precisa ser o rosto da perante o público. E essa exposição não é delegável, já que carrega a mensagem de um dos cofundadores, considerada como uma das mais poderosas na construção de confiança com investidores.
E ele reconhece que, durante muito tempo, produziu conteúdo além do expediente. O esforço, no entanto, trouxe retorno direto.
Mesmo sem milhões de seguidores, Breia destaca ter captado quase R$ 1 bilhão em clientes para o negócio de Wealth Management por meio de sua atuação digital, contando apenas o Instagram.
Para isso, a estratégia adotada é a de testes constantes: experimentar formatos, avaliar feedback e manter o que funciona. Conforme ele, esse ciclo de aprendizado é fundamental para adaptar a linguagem a cada rede – seja Twitter, Instagram ou YouTube – sem perder a identidade.
Na avaliação do executivo, a influência digital traz mais benefícios do que riscos. Apesar de reconhecer a frustração que pode acompanhar a exposição, ele defende que, no fim das contas, as pessoas buscam conexão genuína com o trabalho e a trajetória do empreendedor.