Começou nesta segunda-feira a 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas. Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, destacou que a luta das mulheres originárias no Brasil não começou agora, e que nunca mais vai ser permitido o assassinato, o estupro e a violência contra as mulheres indígenas. A fala ocorreu em pré-evento no Espaço Cultural Ibero-Americano,em Brasília.
“Estamos aqui agora para dizer que nós nunca mais vamos permitir silenciar as nossas vozes. Temos a nossa importância. Isto aqui é conquista da união das mulheres indígenas. Nós temos aqui mulheres de muitos estados e de todos os biomas e de todas as regiões brasileiras”, disse a ministra.
Com o tema “Mulheres Guardiãs do Planeta pela cura da Terra”, o evento tem a expectativa de reunir, nos próximos dois dias, cerca de 5 mil mulheres indígenas dos seis biomas brasileiros.
A Conferência é coordenada pelo Ministério dos Povos Indígenas e pelo Ministério das Mulheres, com o apoio da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade.
Durante a cerimônia de abertura, a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, a Funai, Joenia Wapichana, reforçou a necessidade de fortalecer o coletivo das mulheres, com a inclusão dos recursos no orçamento do órgão para o plano plurianual que vai até 2027
“Nós também estamos com ações de enfrentamento à violência. A gente está lembrando que as mulheres têm sofrido muita violência, e é preciso dar um basta nessa violência. Chega de violência aos corpos femininos, chega de violência psicológica, mental.”
As ministras do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva e das Mulheres, Márcia Lopes, também participaram da abertura do evento.
Nos próximos dias, os debates serão divididos em cinco eixos temáticos: Direito e Gestão Territorial, Emergência Climática, Políticas Públicas e Violência de Gênero, Saúde, e, por último, Educação e transmissão de saberes ancestrais para o bem viver.
No encerramento da Conferência, está prevista a entrega de um pacote de políticas públicas com foco nas mulheres indígenas. As demandas e propostas serão encaminhadas ao Governo Federal.
A Conferência Nacional das Mulheres Indígenas precede a realização da IV Marcha das Mulheres Indígenas, que será realizada no dia 7 de agosto.