A semana do Ibovespa é extremamente positiva: após três dias consecutivos batendo recordes, o índice fechou o pregão desta quinta-feira (18) praticamente estável, com queda de apenas 0,06%. Agora, o investidor que não está acostumado a ver a Bolsa a 145 mil pontos se pergunta: ainda vale a pena investir nas ações brasileiras? Ou seria melhor esperar uma correção?
Para Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, sim, ainda vale a pena investir em ações. E, para quem tem uma alocação alta em renda fixa, o movimento de migração para a renda variável também é recomendado pelo especialista.
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Ferreira argumenta que “a Bolsa na máxima é algo relativo”, já que, ao ajustar o valor atual pela inflação e dólar, ainda há “um grande potencial de valorização para o índice brasileiro, porque as empresas seguem bastante descontadas”. Ele observa que o Preço/Lucro atual do Ibovespa, em torno de 9,4x, ainda é inferior à média histórica do índice, entre 11x e 12x. O dado sustenta sua avaliação de ações descontadas, mesmo após o recente rally.
Sobre a migração da renda fixa para a renda variável, a participação de apenas 13,1% de ações e outros produtos da classe na carteira dos investidores pessoas físicas, segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), mostra que ainda há espaço para a mudança, segundo Ferreira.

“A gente vê um espaço muito grande para o brasileiro sair da renda fixa e do CDI, que continua sendo o carro-chefe das carteiras de investimentos, na medida em que o Banco Central comece a cortar os juros por aqui”.
No entanto, como o mercado antecipa os movimentos de queda da Selic, a recomendação do estrategista-chefe da XP é não esperar o CDI cair para começar a diversificar a carteira com ativos de renda variável. “O mercado já está olhando para frente e antecipando quando vai ser esse corte de juros, então, não espere isso acontecer, diversifique sua carteira com bons ativos antes dos juros começarem a cair”, recomenda Ferreira.
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Do lado dos riscos para a Bolsa brasileira nos próximos meses, a correlação com os índices americanos pode puxar o Ibovespa para baixo, caso as ações dos Estados Unidos sofram correções. Porém, Ferreira minimiza a preocupação argumentando que “nas correções mais recentes que tivemos na Bolsa americana, a Bolsa brasileira caiu até menos, o que pode ser também uma boa oportunidade para usar as correções a seu favor”, conclui.