O Bradesco BBI reiterou a companhia elétrica Eletrobras (ELET6) como uma das principais recomendações no setor de utilities, ao lado de Sabesp (SBSP3), elevando o preço-alvo para o final de 2026 de R$ 67 para R$ 83,00, o que representa potencial de valorização (upside) de 56% frente o preço de fechamento de sexta-feira de R$ 50,69. A recomendação de compra foi mantida.
A revisão de preço-alvo reflete uma visão mais construtiva sobre os preços de energia no longo prazo, com estimativa ajustada para R$ 210 por megawatts hora (MWh) até 2030, acima dos R$ 180 por MWh previstos anteriormente, o que adiciona R$ 13 por ação ao valuation.
A tese se apoia na exposição da Eletrobras à geração hidrelétrica e à energia não contratada, que se beneficiam da maior volatilidade e tendência de alta nos preços spot (à vista).
Dividendos consistentes
O Banco vê a Eletrobras bem-posicionada para capturar o ciclo estrutural de valorização da energia elétrica, com ativos de geração que se tornam cada vez mais estratégicos em um cenário de oferta restrita e demanda crescente.
Além disso, o BBI prevê a distribuição de dividendos consistentes entre R$ 8 e 9 bilhões por ano (yield de 7%-8%), com potencial adicional via venda de ativos não core (principais), como a participação remanescente na ISA Energia (ISAE3) ou até mesmo Eletronuclear.
O time de análise do banco destaca que a liquidação da disputa judicial com a SEFAZ (Secretaria da Fazenda) pode destravar valor relevante na ISA, enquanto o avanço do projeto Angra 3 pode tornar a venda da Eletronuclear mais viável. Apesar do risco de curto prazo com eventual queda do PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) no 4T25 (quarto trimestre de 2025), modelado em R$ 245 por MWh, os analistas acreditam que esse movimento seria pontual e abriria oportunidade de entrada.
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Por fim, o BBI pontua que a ação negocia com desconto relevante frente ao valor patrimonial ajustado, e o cenário de alta nos preços de energia reforça a atratividade da tese no médio e longo prazo.