A jornada 6×1 atinge especialmente jovens negros periféricos, que trabalham sobretudo com comércio e serviços; 70% dos trabalhadores relatam sintomas de estresse ocupacional; e mais de 30% já apresentam sinais de Burnout. É o que revela o Atlas da Escala 6X1, uma das mais completas radiografias já produzidas sobre a intensificação da exploração da força de trabalho no país, que será lançada na Festa Literária de Paraty (Flip), no próximo dia 1° de agosto.
De acordo com a pesquisa, 70% dos trabalhadores relatam sintomas de estresse ocupacional e mais de 30% já apresentam sinais de Burnout. O estudo é fruto de uma articulação entre pesquisadores do Observatório do Estado Social Brasileiro, do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro e da Associação Trabalho, Rede, Acompanhamento e Memória (Trama), com a participação de milhares de trabalhadores e apoio de dezenas de movimentos sociais.
O documento inédito denuncia os efeitos da jornada 6×1 como uma expressão brutal da precarização do trabalho na atualidade.
“A escala 6×1 não é apenas uma questão de organização do trabalho. Ela rouba o tempo de viver dos trabalhadores e trabalhadoras, impacta sua saúde física e mental, destrói o convívio familiar e bloqueia o acesso à cultura, à educação e ao lazer”, afirmam os organizadores Tadeu Arrais, Márcio Ayer e Rodrigo Ribeiro em trecho da introdução.

A Flip
A Flip é um dos maiores festivais de literatura do Rio. Este ano, o evento acontece entre os dias 30 de julho e 3 de agosto, com rodas de conversa e encontros. A edição homenageia o poeta e músico Paulo Leminski.