-
Luciano Borges, com redação do ESPN.com.br
11 de ago, 2025, 12:44
Mano Menezes não escondeu o abatimento com a derrota do Grêmio para o Sport na Arena no domingo (10). Na entrevista coletiva pós-jogo, o treinador foi duro nas palavras, cobrou uma reação “a curto prazo” e afirmou que, se isso não acontecer, “não será ele a atrapalhar”.
Apesar de sinalizar que poderia deixar o clube, em meio a muita pressão, o treinador não tem planos de pedir demissão, segundo apurou a ESPN. Sua insatisfação, contudo, vai além do que está se passando dentro de campo. O técnico entende ser necessária a chegada de reforços.
Mano falou sobre o risco de rebaixamento em sua entrevista, citando um possível “final muito melancólico, triste”. A avaliação de pessoas próximas ao treinador é que o time de 2024 já lutou contra a queda no Brasileirão e não se reforçou suficientemente para mudar esse cenário.
O técnico retornou ao Grêmio em abril de 2025, substituindo Gustavo Quinteros, e recebeu um elenco acima do máximo de estrangeiros permitidos em campo pela CBF. Na avaliação dele, nem todos estavam adaptados ao futebol brasileiro, e isso ajuda a explicar a liberação de alguns deles.
Para Mano, o diagnóstico segue sendo que faltam peças ao atual elenco tricolor, e os últimos reforços contratados têm situações que exigem cuidado, mesmo já tendo atuado diante do Sport.
Tanto o zagueiro Fabián Balbuena, uma indicação de Mano para zaga, quanto o atacante Carlos Vinícius, vinham de períodos longos de inatividade, com o primeiro sem atuar há mais de três meses, e o segundo vindo de um clube onde raramente atuava os 90 minutos.
O Grêmio tem a promessa nos bastidores da chegada de um “reforço incontestável”, em busca que é liderada pelo empresário Marcelo Marques. Há algumas semanas, Róger Guedes negocia para ser esse nome, mas, até agora, a contratação não foi confirmada.
Pressionado após o resultado negativo em casa diante do Sport, Mano também fez uma autocrítica e deu a entender que promoverá mudanças na forma da equipe atuar.
“Eu não faço questão nenhuma de disfarçar aquilo que estamos passando agora, é um momento dos mais difíceis que passamos aqui, certamente, um dos mais difíceis da minha carreira. Passei um ano passado bem difícil, em uma situação semelhante, diria até que quando iniciamos o trabalho de recuperação do Fluminense ano passado, as coisas eram até mais drásticas”, iniciou.
“Mas o que eu preciso falar para o torcedor é que, mesmo com a confiança da direção, tudo tem limite para mim como treinador. Eu tenho que entender que, mesmo que o torcedor tenha um carinho comigo, respeito, da mesma forma eu tenho respeito com ele, as coisas não podem continuar como estão. Senão teremos um final muito melancólico, triste, que não é a nossa intenção.”
3:46
Sport desencantou! Leão da Ilha bate o Grêmio na Arena e vence a primeira no Brasileirão
Grêmio e Sport se enfrentaram na Arena do Grêmio na noite de domingo
“Sei que quando chegamos conseguimos dar uma direção daquilo que precisávamos fazer para a recuperação, a iniciamos, e depois da parada (para o Mundial) o time estagnou na sua maneira de jogar. Precisamos rever algumas coisas a curto prazo porque senão todos vão entrar na mesma vala comum e não teremos forças para fazer essa reação”, seguiu.
“Penso que ainda temos possibilidade de fazê-la, mas aquilo que escolhi precisa ser revisto em alguns aspectos, a equipe não está conseguindo nem se defender bem, nem atacar bem. Eu só acredito que a recuperação passa primeiro por uma segurança defensiva, e hoje não temos ela. Como equipe, a gente precisa melhorar essa parte coletiva, de entendimento do que a gente quer fazer, para fazer bem feito.”
“E isso precisa acontecer a curto prazo. Essa é a minha promessa para o torcedor: se não acontecer a curto prazo, não serei eu a atrapalhar, de maneira nenhuma quero atrapalhar”, finalizou.
Próximos jogos do Grêmio:
-
Atlético-MG (F): 17/08, 16h (de Brasília) – Brasileirão
-
Ceará (C): 23/08, 21h (de Brasília) – Brasileirão
-
Flamengo (F): 31/08, 16h (de Brasília) – Brasileirão