
Não é de hoje que o ser humano olha para o céu em busca de respostas. Entre mistérios antigos e tecnologias futurísticas, os planetários surgem como pontes entre o chão que pisamos e o infinito que nos cerca. No Brasil, alguns desses espaços já se firmaram como centros de referência em educação, cultura e pesquisa. O Planetário do Ibirapuera, por exemplo, cravado no coração de São Paulo, traz desde 1957 uma jornada cósmica em sua cúpula de 18 metros, oferecendo sessões que mesclam conhecimento técnico com experiências sensoriais. O céu noturno ganha vida ali, com telescópios apontados nas noites certas e conteúdos que dialogam com escolas e curiosos.
No Rio de Janeiro, o céu fica ainda maior. Na zona sul carioca, o Planetário da Gávea abriga o maior complexo astronômico da América Latina. Com duas cúpulas imponentes, uma de 23 metros e outra de 12,5, o espaço é casa para o Universarium VIII, um dos projetores mais avançados do mundo. Lá, ciência e interatividade convivem de mãos dadas, num museu que pulsa com oficinas, exposições e sessões de observação pública. Mais do que entretenimento, trata-se de um compromisso com a formação científica e o encantamento diante do desconhecido.
E se olharmos para o Nordeste, Fortaleza também brilha com o Planetário Rubens de Azevedo. Dentro do vibrante Centro Dragão do Mar, o espaço se destaca por sua estrutura moderna, cúpula digital e eventos que misturam astronomia, arte e educação. O planetário cearense mostra que ciência e cultura não só podem, como devem, caminhar juntas. É com esse espírito que outros centros se inspiram para traçar seus próprios caminhos entre as estrelas.
É nesse cenário que Campo Grande (MS) entra em órbita. A cidade se prepara para inaugurar seu mais novo observatório, um espaço dedicado à observação astronômica e à formação de uma nova geração de apaixonados pelo cosmos. Localizado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e fazendo parte do Parque da Ciência, a iniciativa carrega não só o peso simbólico de colocar o Mato Grosso do Sul ainda mais na rota da ciência celeste, como também o potencial real de movimentar a comunidade científica local, atrair turistas e aproximar a população das maravilhas do universo. A expectativa é de que o espaço funcione como núcleo de pesquisa, divulgação científica e também como palco para eventos astronômicos abertos ao público.
Atualmente o estado também conta com um observatório presente em Zigurats, localizado na região de Corguinho e que abrange o núcleo do ecossistema de Dakila. Ele é conhecido por suas pesquisas em diversas áreas, incluindo arqueologia, aeroespacial e sustentabilidade, e hoje, apesar de estar em reforma o lugar se consolida como o único observatório do Mato Grosso do Sul e busca sempre melhorias tecnológicas para uma melhor experiência da visão que temos do céu e seus fenômenos.
A ciência, como se sabe, não acontece apenas em grandes centros ou laboratórios de última geração. Ela floresce onde há curiosidade, investimento e vontade de enxergar além. Os planetários brasileiros, cada um a seu modo, traduzem essa vocação. E agora, com Campo Grande prestes a inaugurar seu próprio espaço de observação, o céu parece democrático. Afinal, enquanto a Terra gira, nossos olhos se voltam para as estrelas, e elas, generosas, continuam a brilhar por todos nós.
Escrito por Kethelyn Rodrigues, supervisionada por Henrique Souza.
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