No mercado financeiro, cada vez mais profissionais têm recorrido aos robôs para automatizar estratégias, minimizar o impacto emocional e diversificar riscos. A automação, antes restrita a programadores e engenheiros, vem sendo impulsionada pela inteligência artificial e já é uma realidade acessível para diferentes perfis de investidores.
Além de facilitar a execução das operações, os robôs têm se mostrado eficazes para mitigar os impactos emocionais que tanto prejudicam o trader pessoa física.
Os comentários foram feitos durante o episódio especial do programa Trade Show Especial, no canal GainCast, que reuniu nomes de destaque no setor de robôs de trade, como Rodrigo Malacarne (fundador da Ontick), Bruno Ramos e Mauro Botto (Trade2Go), além de André Moraes, Roberto Indech e outros convidados do mercado.
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Automação reduz falhas do investidor
Um dos principais argumentos em defesa da automação é sua capacidade de reduzir os erros causados pela emoção. Mauro Botto, da Trade2Go, foi enfático. “A gente tem uma estatística aqui dentro da Trade2Go que em mais de 99% dos casos a automação traz um resultado muito melhor do que o trade de pessoa física”, afirma.
A diferença está não apenas na execução sistemática, mas no controle do risco e na validação prévia das estratégias. “A gente faz todas as nossas estratégias baseadas na equação do trader: risco, retorno e probabilidade. A gente tem uma favorabilidade de deixar o trade andar, mesmo que volte um pouco, matematicamente é favorável”, conclui Botto.
IA acelera criação de estratégias
Com a inteligência artificial, o tempo de desenvolvimento de uma nova estratégia caiu drasticamente. Bruno Ramos, da Trade2Go, explicou como a empresa incorporou IA em todas as etapas. “Antes eu demorava talvez uma semana para fazer uma estratégia. Hoje em dia, usando a inteligência artificial, a gente consegue fazer isso em 4 horas ou menos”, afirma.
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Ele ainda detalhou que a IA ajuda não só a programar, mas também a validar e testar as estratégias. “A gente consegue minerar, ou seja, obter diversas estratégias que depois vão ser descartadas para que só algumas sobrevivam em muito pouco tempo”, ressalta Ramos.
Confiança no robô é essencial
Um alerta recorrente no programa foi sobre o operador que interfere nas decisões do próprio robô. Botto compartilhou um exemplo curioso: “A gente tem um caso aqui de dois irmãos gêmeos. Os dois contrataram a mesma estratégia no mesmo dia. Um não mexia em nada. O outro tentava modificar. Ao longo do tempo, o que mexeu foi deficitário em relação ao que não mexeu”, relata.
A interferência humana, nesses casos, tende a prejudicar o desempenho da automação, justamente porque quebra a lógica estatística sobre a qual o robô foi estruturado. Ao tomar decisões impulsivas ou alterar parâmetros no meio do caminho, o investidor compromete a consistência da estratégia. Por isso, os especialistas recomendam disciplina, confiança no algoritmo e um compromisso com o plano original.
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Portfólio diversificado e limite de capacidade
Outro ponto abordado foi a importância da diversificação. “A gente normalmente vende portfólio. Temos estratégias descorrelacionadas que a gente comercializa”, afirma Botto. Ele defende o uso de métricas como o retorno sobre o drawdown: “Quando perde, perde pouco. Quando ganha, ganha muito”, explica.
Para evitar que muitas pessoas usem a mesma estratégia simultaneamente — o que pode comprometer a execução — Rodrigo Malacarne destacou o controle rígido da Ontick: “A gente tem um limite de 400 clientes ou 2.000 contratos por estratégia. O que ocorrer primeiro. Atingido esse limite, a estratégia é encerrada para novos usuários naquela automação”, afirma.
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