A fama sempre foi de um bairro de passagem, um patinho feio na Zona Sul, apesar das belas vistas para o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor. Mas nada que um bom barzinho — ou um sofisticado restaurante — não resolva.
Com a noite fervilhando nos últimos anos e novos empreendimentos residenciais, Botafogo deu a volta por cima e caiu nas graças de cariocas e turistas. O guia da revista britânica Time Out divulgou, semana passada, sua lista anual de bairros mais descolados do planeta, com 39 locais selecionados em diferentes partes do mundo. E quem está lá? Botafogo.
A mais perfeita tradução da boemia carioca, o bairro ficou na 29ª posição e ganhou um forte rival brasileiro: a Barra Funda, em São Paulo, que conquistou o terceiro lugar na competição. No ano passado, a Rua Arnaldo Quintela, em Botafogo, já tinha sido eleita pelo mesmo guia a oitava região mais cool (legal) do mundo.
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Em uma lista que privilegia locais com vida noturna intensa, diversidade cultural e preços acessíveis, a publicação define os bairros mais cool como lugares que capturam a alma das cidades e, ao mesmo tempo, mantêm uma identidade local única. Segundo a Time Out, Botafogo é a melhor tradução disso.
A publicação diz que o bairro é um lugar que “nunca para”. Quando parece que a cena já atingiu o auge, novos bares, restaurantes, cafés e galerias surgem em antigos casarões e garagens reformadas. À noite, as calçadas ficam tomadas, com endereços como Fala, Macuna, Tão Longe Tão Perto, Polvo e Quartinho, sempre lotados, alguns se transformando até em pistas de dança improvisadas.
A revista também destacou os cafés descolados da região, como Dainer e Cirandaia, além de brunches descontraídos. A cena gastronômica foi descrita como “de primeira linha”, com a mistura de joias casuais, como Miam Miam, Ferro e Farinha (de presença marcante nos rankings das melhores pizzas), Marchezinho e Lazy, e nomes como Lasai e Oteque, ambos com estrelas Michelin.
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Sugestão de roteiro
Para quem quiser um dia perfeito no bairro, a Time Out sugere começar cedo com pão fresco na The Slow Bakery, visitar as galerias Athena e Cavalo, almoçar no Sult (listado como Bib Gourmand pelo guia Michelin) e encerrar a noite nos bares Botica, Tero e Chanchada, onde a música e a boa vibração seguem madrugada adentro.
Já a Barra Funda conquistou a medalha de bronze global e a alcunha de “alma alternativa” de São Paulo. Para a Time Out, trata-se de um bairro em transformação, onde a antiga paisagem industrial se mistura a uma “vibe criativa e descolada”. Concreto, trilhos de trem e armazéns dividem espaço com ateliês, cafés, galerias e casas noturnas cult.
A publicação recomenda explorar a região como um programa completo: café da manhã no A Baianeira, visita à galeria de artes Mendes Wood e à loja Verniz, almoço no Mescla (com destaque para o arroz de camarão e o pudim de sobremesa), e drinques à noite no Mamãe Bar ou no novo e badalado Água e Biscoito.
