O intercâmbio de curta duração pode ser uma opção para quem deseja aprender um novo idioma, vivenciar outras culturas e enriquecer o currículo, mas sem se afastar por longos períodos do trabalho, família ou estudos.
Mas será que esse tipo de intercâmbio realmente vale a pena? E como escolher o programa idealPara responder essas perguntas, o InfoMoney conversou com dois especialistas do setor: Denis Buzzi, diretor nacional da escola de idiomas global EF Intercâmbios, e Fabiana Mattos, gerente de Language & Career da agência de intercâmbios STB.
Vale a pena fazer intercâmbio de curta duração?
“O valor de um intercâmbio não está necessariamente ligado ao tempo de duração, mas sim à experiência cultural que esse tipo de vivência proporcionará e a dedicação individual de cada pessoa”, afirma Mattos. A especialista explica que o intercâmbio permite conhecer pessoas de diversas partes do mundo, desenvolver o idioma, aprimorar habilidades técnicas e comportamentais, além de ampliar os horizontes com novas perspectivas de vida.
Já Buzzi reforça a importância da disciplina para aproveitar o intercâmbio de curta duração: “Quando você está vivendo um intercâmbio de curta duração, com a agenda limitada, é preciso se disciplinar para aproveitar ao máximo e se esforçar para se conectar com pessoas de outras nacionalidades”. Nesse sentido, ele compartilha a dica de buscar escolas que controlem a quantidade de brasileiros no curso, como a EF, e, da parte do intercambista, se esforçar para criar conexões com pessoas de outras nacionalidades.
Países mais baratos para estudar inglês e espanhol
Inglês
Os Estados Unidos são reconhecidos por abrigar alguns dos destinos mais caros para intercâmbio. Em contrapartida, países como África do Sul, Malta e cidades do interior da Inglaterra têm atraído muitos estudantes internacionais em busca de um bom custo-benefício, especialmente para programas de curta duração.
Na África do Sul, a taxa de câmbio entre o real e o rand sul-africano torna o custo de vida mais acessível para brasileiros, quando comparado a destinos cuja moeda é o dólar ou o euro. A Cidade do Cabo, por exemplo, é um dos destinos mais procurados.
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Malta, localizada na Europa, oferece um clima agradável para brasileiros e, apesar de utilizar o euro, conta com uma boa infraestrutura de transporte, alimentação e turismo.
Na Inglaterra, cidades como Manchester, Leeds, Liverpool e Bournemouth apresentam um custo de vida significativamente menor do que Londres, além de oferecerem fácil acesso a outros países europeus — ideais para viagens nos finais de semana ou após o intercâmbio.
Um pouco acima na faixa de preço, destinos como Dubai e Cingapura são opções para quem busca experiências diferenciadas.
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Um fator comum entre esses destinos econômicos é que brasileiros não precisam de visto para programas de curta duração, o que representa uma economia considerável no orçamento final do estudante.
Espanhol
A Espanha é o destino mais procurado por quem deseja aprender espanhol. No entanto, para quem prioriza o custo-benefício, escolher um país da América do Sul é uma excelente alternativa.
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Além de passagens aéreas mais acessíveis, esses países oferecem um custo de vida mais leve para os brasileiros, que ainda contam com a vantagem de poder viajar para países vizinhos apenas com o RG.
Cidades como Buenos Aires e Córdoba, na Argentina, e Santiago, no Chile, são ótimas opções para quem busca essa combinação de aprendizado e economia.
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Passo a passo para escolher o intercâmbio de curta duração ideal
Com base nas entrevistas, a reportagem elaborou um guia para nortear a busca de quem está interessado em um intercâmbio de curta duração. Confira abaixo:
1. Reflita sobre seus objetivos
O primeiro passo é o aluno refletir sobre o objetivo do intercâmbio: se deseja melhorar a comunicação no idioma, se preparar para um exame de proficiência ou ganhar fluência para sua área de atuação específica.
2. Defina sua agenda e orçamento (nessa ordem)
Depois, é preciso entender a disponibilidade do interessado, que vai ditar o tempo máximo de duração do intercâmbio. Pais, profissionais com agendas restritas ou estudantes que só podem ficar até quatro semanas fora precisam considerar este período para escolher o programa ideal.
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O orçamento é importante, mas não deve ser o primeiro critério, uma vez que, quando se trata de intercâmbios de curta duração, a disponibilidade é mandatória.
3. Escolha o destino
O destino deve ser escolhido com base no que a pessoa quer aprender e nas preferências pessoais.
“Por exemplo, para aprender inglês na Ásia, a escola de Cingapura é a nossa recomendação; para quem prefere clima quente e só pode viajar em janeiro, a África do Sul é uma opção”, explica Buzzi.
Além disso, o preço pode ser um fator decisivo, e há destinos que muitas pessoas desconhecem, mas que oferecem boas oportunidades para intercâmbios um pouco maiores.
4. Considere a carga horária e o tipo de curso
Buzzi explica que cursos intensivos oferecem mais horas de aula por semana e, no caso da EF, possibilitam escolher matérias específicas.
“Aqui um intercambista que optou pela grande intensiva pode estudar Business English, Marketing English e Public Speaking, por exemplo. Essa diferença pode ser pequena no papel, mas faz grande diferença no aproveitamento”, pontua.
5. Avalie a diversidade cultural e a imersão
Em intercâmbios de curta duração, é importante que o aluno se discipline para aproveitar ao máximo e se conectar com pessoas de outras culturas, evitando ficar apenas com brasileiros. Por isso, é importante buscar escolas com grande diversidade cultural, ou seja, alunos de diversas nacionalidades.
6. Prepare a documentação e logística
Mattos relembra das burocracias: após definir o programa, é importante cuidar da validade do passaporte, necessidade de visto, vacinas obrigatórias, seguro-viagem e passagens aéreas. A consultoria pode ajudar a garantir que tudo esteja em ordem para uma experiência tranquila.
Grande parte do aprendizado em um intercâmbio ocorre em momentos de socialização. Por isso, a recomendação é participar das atividades sociais oferecidas pela escola, como excursões, clubes de conversação e workshops, ir em eventos, happy hours, realizar refeições com os colegas, segundo Mattos.
“Mesmo que por um curto período, é importante que o aluno não se isole e tente ao máximo socializar com os outras pessoas, mesmo que se enturme com outros brasileiros, o ideal é que tentem focar em manter as conversas apenas no idioma que estão aprendendo. O mais importante é praticar o idioma no dia a dia: peça informações aos moradores locais, converse e use o transporte público para ter uma imersão total no destino”, indica Mattos.