O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, usou seu discurso na Assembleia Geral da ONU, nesta sexta-feira (26), para reforçar a defesa da ofensiva militar contra o Hamas em Gaza, e para fazer um ataque direto à comunidade internacional que apoia a criação de um Estado Palestino.
Falando em hebraico, o premiê negou as acusações de genocídio em Gaza e rejeitou denúncias de que Israel estaria promovendo uma política de fome no enclave. Segundo ele, o país tem atuado para retirar civis da região e distribuir alimentos, apesar das mais de 400 mortes por desnutrição registradas em Gaza desde o início da guerra.
Netanyahu direcionou críticas aos países que reconheceram oficialmente a Palestina e disse que a decisão será lembrada como “vergonhosa”. Para ilustrar, comparou a medida ao ato de conceder um Estado à Al Qaeda em Nova York logo após os ataques de 11 de setembro de 2001.
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“Não vamos cometer suicídio nacional só porque vocês não têm coragem de enfrentar uma mídia mentirosa”, afirmou o premiê.
Em outro trecho, o líder israelense voltou a citar o ataque do Hamas de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos e centenas de reféns. Netanyahu disse que “o mundo já esqueceu”, mas que Israel jamais apagará aquela data de sua memória. Ele exibiu inclusive um QR Code que levava a um site com vídeos e imagens do atentado.
O premiê prometeu “finalizar o serviço” contra o Hamas, agradeceu o apoio do presidente dos EUA, Donald Trump, e associou as tentativas de assassinato contra o americano aos “inimigos em comum” de ambos. Ele também mencionou a operação militar israelense contra uma base iraniana, que chamou de “ato de bravura”.
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Enquanto Netanyahu discursava, centenas de manifestantes pró-Palestina protestavam do lado de fora da ONU, em Nova York. Dentro do plenário, algumas delegações se retiraram em protesto, enquanto outras o aplaudiram de pé, em mais um retrato da divisão internacional em torno da guerra.