Com o avanço da automação no mercado financeiro, muitos investidores se veem diante de um novo desafio: como escolher o robô ideal para o seu perfil? Com dezenas de estratégias disponíveis nas plataformas, a tarefa pode parecer complexa — mas, segundo especialistas, dois indicadores já são suficientes para fazer uma boa triagem.
O tema foi discutido por Rodrigo Malacarne, fundador da Ontick, durante sua participação no episódio especial do programa Trade Show Especial, no canal GainCast.
Taxa de acerto e relação risco-retorno
Malacarne, fundador da Ontick, foi direto ao explicar o que deve ser analisado antes de escolher uma estratégia automatizada. “As duas métricas que para mim são as mais relevantes de todas são taxa de acerto e relação risco-retorno”, afirma.
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Ele destacou que, diferentemente do que se vê nas redes sociais — com traders publicando boletas de dias pontuais —, o histórico completo é mais importante do que qualquer print isolado. “Postar boleta em rede social dá aquela ideia de ganho diário instantâneo, mas ela não mostra como historicamente aquela estratégia se comportou”, observa.
Para ele, a decisão deve ser tomada com base em dados estatísticos, não em promessas de rentabilidade rápida. Afinal, é o desempenho acumulado, validado por métricas objetivas e replicáveis, que mostra se uma automação é de fato confiável — e não o resultado esporádico de um dia.
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A importância de alinhar a estratégia ao perfil
Segundo Malacarne, não existe estratégia ruim em termos absolutos. O que existe é falta de compatibilidade entre o comportamento da estratégia e o perfil do investidor. “Pode existir estratégia boa ou ruim para o seu perfil de investidor”, ressalta.
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Ele explica que há diferentes tipos de robôs, cada um baseado em operacionais distintos. “A gente tem parceiros que pensam price action, que pensam análise técnica, que pensam fluxo. Isso tudo colocado numa cesta é o que possibilita resultados com descorrelação para os clientes”, observa.
Além disso, ele detalha dois grandes grupos de estratégias: as de tendência e as de reversão à média. “As estratégias de reversão à média tendem a acertar mais vezes, mas o ganho por trade é menor”, explica.
Segundo ele, as de tendência costumam ter baixa taxa de acerto, mas uma excelente relação risco-retorno. “De cada 10 operações, ela acerta 3 ou 4, mas quando acerta, o ganho é de R$300, R$400, R$500. Já o prejuízo, quando acontece, é de R$100”, detalha.
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Esse tipo de estratégia, segundo ele, exige que o investidor esteja emocionalmente preparado para lidar com várias perdas seguidas antes de encontrar uma operação vencedora.
“Quando você tem um stop curto e um alvo longo, você geralmente vai errar mais vezes. Porém, quando acerta, recupera tudo”, conclui.
Métricas simples, decisões mais conscientes
Para quem está começando no universo da automação, o primeiro passo é entender essas duas métricas e observar o comportamento estatístico de cada robô antes de contratá-lo.
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“Com duas simples métricas você consegue saber se uma estratégia é para o seu perfil ou não”, afirma Malacarne.
A recomendação é clara: mais importante do que promessas de rentabilidade alta, é escolher um robô que ofereça um equilíbrio entre acerto, risco e aderência ao perfil do investidor.
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