O fundo imobiliário CACR11 (Cartesia Recebiveis Imobiliarios) decidiu reprecificar parte dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) de sua carteira após identificar deterioração na qualidade de crédito dos empreendimentos vinculados. A medida reduziu o valor total desses ativos de R$ 247 milhões para R$ 187 milhões, o que representa cerca de 57% da carteira.
Diante do comunicado, o CACR11 enfrenta um dia de forte correção no mercado. As cotas do fundo recuam 5,85% na tarde desta segunda-feira (22), sendo negociadas a R$ 73,44.
CRI / Empreendimento Relacionado |
Representação na carteira do Fundo em 18/9/2025 |
Valor em 18/9/2025 |
Valor após reprecificação |
CRI / Itaparica | 18,91% | 82.265.108,70 | 59.474.702,87 |
CRI / Real Park | 6,78% | 29.522.003,76 | 20.342.132,66 |
CRI / Santo André | 20,09% | 87.381.912,40 | 73.382.079,33 |
CRI / Savoie | 11,07% | 48.155.686,06 | 33.453.409,36 |
Total | 56,87% | 247.324.710,92 | 186.652.324,22 |
Segundo a administradora, a decisão foi motivada por mudanças nas garantias dos CRIs e por reorganizações societárias das sociedades de propósito específico (SPEs) responsáveis pelos empreendimentos, fatores que fragilizaram as notas comerciais que lastreiam os títulos.
Além disso, pesaram as incertezas quanto à capacidade de geração de caixa das SPEs e a consequente redução na expectativa de pagamento.
Apesar do ajuste, a gestora do fundo mantém uma visão positiva em relação aos empreendimentos e espera que, nos próximos meses, ocorram eventos capazes de sustentar uma recuperação no valor dos CRIs. Os efeitos da reprecificação já serão refletidos no informe mensal de setembro.
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