A fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3) recebeu pedido firme de 24 aeronaves E195-E2 da Latam, adicionando US$ 2,1 bilhões à carteira de pedidos (backlog). O movimento foi considerado positivo pelos bancos consultados.
O Itaú BBA avalia que o pedido pode elevar a carteira de pedidos da Embraer a um novo recorde de US$ 31 bilhões no 3T25, apoiando a recuperação das ações, que já subiram 53% no ano.
O banco destaca que, considerando que a Latam já opera aeronaves Boeing e Airbus, o pedido reforça a competitividade dos produtos da Embraer. O BBA mantém a companhia entre suas principais escolhas, ao lado da GPS (GGPS3) e Marcopolo (POMO3).
LISTA GRATUITA
10 small caps para investir em dezembro
A lista de ações de setores promissores da Bolsa
O Bradesco BBI também avalia o anúncio como positivo, pois representa um aumento de 7% na carteira de pedidos da Embraer. Segundo o banco, isso pode reduzir a necessidade de concessão de descontos em contratos futuros, impulsionando a margem do segmento de aviação comercial nos próximos anos.
Com a encomenda, o book-to-bill (mede a relação entre novos pedidos e entregas) da Embraer para 2025 atingiu 2,4 vezes, bem acima de 1,6 vez registrado no ano passado, reforçando o momento favorável da companhia. O BBI lembra que novos pedidos para o E2 eram um dos gatilhos esperados para destravar valor nas ações — o que agora começa a se materializar.
O banco segue otimista e aponta gatilhos adicionais: i) um possível acordo tarifário com os EUA; ii) novos pedidos na aviação comercial; iii) novas encomendas no segmento de Defesa; e iv) a precificação gradual da Eve. O BBI reiterou recomendação de outperform para a Embraer, com preço-alvo de US$ 68 para o ano fiscal de 2025.
Continua depois da publicidade
O JPMorgan, por sua vez, destaca que o backlog comercial da companhia deve alcançar cerca de US$ 19,5 bilhões, ou 511 aeronaves, representando mais de 5 anos de entregas, mesmo considerando a aceleração para 100 entregas por ano. O backlog consolidado deve chegar a até US$ 36 bilhões (sem considerar as entregas do 3T25), um recorde para a companhia.
A equipe do JPMorgan destaca que a Embraer está sendo negociada a 9,1 vezes EV/EBITDA para 2026, contra 12,6 vezes da Airbus, 25,8 vezes da Boeing e 10,9 vezes da Bombardier. Com isso, manteve recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 107.