A Embraer (EMBR3) anunciou nesta manhã um novo pedido firme de 24 aeronaves E195-E2 da Latam, adicionando US$ 2,1 bilhões à carteira de pedidos (backlog). O acordo também inclui uma opção para outras 50 aeronaves E195-E2, ou cerca de US$ 4,4 bilhões adicionais.
Por volta das 10h44, as ações da fabricante de aeronaves subiam 3,58%, a R$ 79,50, impulsiondas pelo pedido. Segundo o banco, o modelo continua a conquistar novos clientes, ajudando a reduzir riscos de execução e a sustentar o crescimento da companhia. O pedido também marca a estreia do E2 na frota da Latam, a maior companhia aérea da América do Sul.
Considerando o múltiplo Valor da firma (EV)/backlog da Embraer de aproximadamente 0,31 vez no fechamento de sexta-feira, o pedido implica em um potencial de valorização de cerca de 5% nos níveis atuais ao considerar apenas a parte firme ou de aproximadamente 20% ao incluir as opções.
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Além disso, o JPMorgan lembra a Embraer ainda negocia abaixo dos níveis pré-tarifa de R$ 81,15. Segundo os cálculos, após este pedido, o backlog comercial da companhia deve alcançar cerca de US$ 19,5 bilhões, ou 511 aeronaves, representando mais de 5 anos de entregas, mesmo considerando a aceleração para 100 entregas por ano. O backlog consolidado deve chegar a até US$ 36 bilhões (sem considerar as entregas do 3T25), um recorde para a companhia.
A equipe do JPMorgan destaca que a Embraer/ERJ está sendo negociada a 9,1 vezes EV/EBITDA para 2026, contra 12,6 vezes da Airbus, 25,8 vezes da Boeing e 10,9 vezes da Bombardier. Com isso, manteve recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 107.
O Bradesco BBI também avalia o anúncio como positivo, pois representa um aumento de 7% na carteira de pedidos da Embraer. Segundo o banco, isso pode reduzir a necessidade de concessão de descontos em contratos futuros, impulsionando a margem do segmento de aviação comercial nos próximos anos.
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Com a encomenda, o book-to-bill (mede a relação entre novos pedidos e entregas) da Embraer para 2025 atingiu 2,4 vezes, bem acima de 1,6 vez registrado no ano passado, reforçando o momento favorável da companhia. O BBI lembra que novos pedidos para o E2 eram um dos gatilhos esperados para destravar valor nas ações — o que agora começa a se materializar.
O banco segue otimista e aponta gatilhos adicionais: i) um possível acordo tarifário com os EUA; ii) novos pedidos na aviação comercial; iii) novas encomendas no segmento de Defesa; e iv) a precificação gradual da Eve. O BBI reiterou recomendação de outperform para a Embraer, com preço-alvo de US$ 68 para o ano fiscal de 2025.
No caso da Latam, o pedido deve apoiar a expansão de sua malha na América do Sul em um momento oportuno: quando as entregas começarem, a Azul já terá concluído o processo de recuperação judicial com redução de frota, o que pode abrir espaço para a Latam ganhar participação de mercado.