Sem indicadores econômicos relevantes nesta sexta-feira (19) no Brasil e nos Estados Unidos, a atenção deve se voltar para teleconferência entre o presidente americano Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping, prevista para às 10h (horário de Brasília). A conversa acontece depois que negociadores americanos e chineses chegaram a um acordo sobre os negócios do TikTok nos EUA.
Na quinta-feira (18), Trump ameaçou revogar licenças de emissoras de TV que se posicionarem contra ele, um dia após o programa de Jimmy Kimmel ser retirado do ar na ABC. Sem apresentar provas, afirmou que 97% das emissoras teriam sido negativas nas eleições de 2024 e sugeriu que Brendan Carr, chefe da Comissão Federal de Comunicações (FCC), poderia agir. Carr criticou a mídia tradicional e chamou Kimmel de “sem talento”, lembrando que as licenças devem operar no interesse público. Trump já havia feito ameaças semelhantes à ABC e NBC, acusando-as de produzir notícias tendenciosas.
Na Ásia, o Banco do Japão (BOJ) manteve sua taxa básica de juros estável em 0,5%, em linha com a previsão de uma pesquisa da Reuters com economistas. Mais tarde, será a vez do Banco Popular da China definir as LPRs de 1 e 5 anos.
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Em Brasília, após a aprovação da PEC da Blindagem na Câmara, o projeto deve ficar parado no Senado, onde senadores de partidos como Republicanos, MDB, PSD, PSB e PT já se manifestaram contra o texto. A proposta exige autorização da Câmara ou do Senado para a abertura de ação penal contra parlamentares e prevê voto secreto para a prisão de deputados e senadores, ponto que afasta apoios na Casa.
O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), classificou a PEC como “impunidade absoluta” e afirmou que o partido vai questionar a inconstitucionalidade na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e votar contra caso o texto vá ao plenário. Mesmo integrantes do PL, que antes apoiavam a medida, reconhecem que não é possível sustentar a proposta, e aliados do presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), descartam acelerar a tramitação, indicando que o texto deve permanecer na comissão por tempo indeterminado.
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Agenda
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe às 11h, no Palácio da Alvorada, a Alta Representante da União Europeia para Relações Exteriores e Política de Segurança e vice-presidente da Comissão Europeia, Kaja Kallas, acompanhada da embaixadora da União Europeia no Brasil, Marian Schuegraf. Em seguida, às 11h30, Lula tem encontro com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo.
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EUA
- 15h30 – Discurso de Mary Daly, membro do Fomc
INTERNACIONAL
Com restrições
O governo de Donald Trump concedeu visto ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para participar da Assembleia-Geral da ONU, mas limitou sua circulação em Nova York a cinco blocos do hotel e rotas entre a sede da ONU, a missão do Brasil e sua residência. Em julho, Trump havia revogado vistos de Padilha e familiares devido à criação do programa Mais Médicos no governo Dilma Rousseff. A decisão acontece em meio a tensões entre EUA e Brasil, relacionadas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e sanções impostas a autoridades brasileiras.
Contestação
Senadores americanos apresentaram nesta quinta-feira, 18, um projeto de lei para contestar o tarifaço do presidente Donald Trump imposto ao Brasil. O texto deverá ser analisado e votado pelo Senado dos Estados Unidos. O projeto de lei acaba com a declaração de emergência nacional formalizada em 30 de julho, usada por Trump para embasar as tarifas adicionais de 40%, que se somaram aos 10% que já haviam sido determinados.
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Tarifas no radar
A Suprema Corte dos Estados Unidos marcou para 5 de novembro a audiência sobre a legalidade das tarifas globais impostas por Donald Trump, questionadas por pequenas empresas e 12 Estados governados por democratas. O tribunal vai analisar se Trump extrapolou sua autoridade ao aplicar medidas com base em lei de emergência. As tarifas, parte da agenda comercial do presidente, geraram tensões internacionais e incerteza econômica global.
Insistência
O governo de Donald Trump pediu à Suprema Corte permissão para demitir Lisa Cook, diretora do Federal Reserve (Fed), ação sem precedentes e insistente, após várias derrotas do governo, que coloca em risco a independência do banco central. Cook processou o presidente, alegando que as acusações de fraude hipotecária não justificam sua remoção, enquanto Trump afirma ter “justa causa”. O caso levanta preocupação sobre interferência política na política monetária e seus efeitos na economia global.
Caos nos mercados
O mercado argentino teve nova instabilidade na quinta-feira (18), com o dólar em alta, ações e títulos em queda, e o risco-país superando 1.400 pontos-base. O Banco Central da República Argentina (BCRA) precisou vender US$ 379 milhões para controlar a cotação, enquanto investidores monitoram a aproximação das eleições legislativas e a pressão sobre reservas. A Bolsa de Buenos Aires recuou 5,3% e os ADRs na Bolsa de Nova York caíram 9,5%, refletindo preocupações com recessão, déficits e capacidade do governo de implementar reformas.
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ECONOMIA
Leilão do BC
O Banco Central fará nesta sexta-feira (19) leilões de venda de dólares com recompra, totalizando até US$ 2 bilhões, para rolagem de vencimento de 2 de outubro. As propostas serão recebidas das 10h30 às 10h35, com recompra em 3 de fevereiro e 3 de março de 2026.
Situação fiscal
A situação fiscal dos municípios brasileiros melhorou em 2024, com o IFGF (Índice Firjan de Gestão Fiscal) subindo de 0,5934 para 0,6531, refletindo maior arrecadação e repasses federais, mas 36% das cidades ainda apresentam quadro crítico ou difícil, abrigando 46 milhões de pessoas. O principal desafio continua sendo a autonomia financeira, já que mais da metade dos municípios depende de transferências para manter suas despesas, e 540 prefeituras comprometem mais de 54% do orçamento com pessoal. Entre as capitais, Vitória teve a melhor pontuação (1 ponto), enquanto Cuiabá ficou na última posição (0,5237), com zero em liquidez, segundo dados divulgados pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro.
Agro
O rebanho bovino do Brasil chegou a 238,2 milhões de cabeças em 2024, segundo o IBGE, o segundo maior da série histórica, superando em 12% a população do país. O aumento na oferta de animais levou à queda do preço da arroba e ao recorde de abates, com Mato Grosso mantendo o maior efetivo, de 32,9 milhões, contribuindo para a alta no agronegócio.
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POLÍTICA
Anistia
O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto de lei que trata da anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro, afirmou que uma anistia ampla e irrestrita é “impossível” e que o foco será a redução de penas, com votação prevista para as próximas semanas. Ele disse que a proposta busca pacificar o país, equilibrando interesses da Câmara e do STF, sem agradar totalmente aos extremos políticos. A ideia inclui diminuir penas para crimes relacionados ao golpe de Estado e à abolição violenta da democracia, beneficiando parte dos condenados, inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Desconfiança
Deputados bolsonaristas do PL, favoráveis a uma anistia ampla para os condenados pelos ataques golpistas, tentam negociar com Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto, mesmo com desconfiança devido à proximidade dele com Moraes e histórico de apoio a Lula. O grupo busca incluir perdão a Jair Bolsonaro e, se a anistia total não for aceita, pretende apresentar emendas ou destaques no plenário.
PEC da Blindagem
O Ministro do STF Dias Toffoli solicitou à Câmara dos Deputados que se manifeste em dez dias sobre ação que questiona a aprovação da PEC da Blindagem. O deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP), autor do mandado de segurança, argumenta que a proposta afronta a Constituição ao ampliar o foro especial a presidentes de partidos e blindar parlamentares contra processos cíveis.
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Após bate-boca e farpas
O presidente do PT, Edinho Silva, convocou reunião do comando do partido após críticas internas e externas sobre o voto de 12 deputados petistas à PEC da Blindagem, que dificultou a abertura de processos contra parlamentares, gerando bate-boca e farpas nos grupos de WhatsApp do partido, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. A bancada deve ser orientada a se posicionar contra a blindagem e a anistia a condenados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro.
Desembarque
O União Brasil decidiu antecipar a saída de seus filiados do governo Lula, exigindo que ministros peçam demissão em até 24 horas sob risco de expulsão, após acusações envolvendo o presidente do partido, Antonio Rueda, e suposta relação com aviões operados pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). A medida gerou tensão interna e reforça o distanciamento da legenda do governo, alinhando-se a uma futura candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Inquérito
Flávio Dino, do STF, abriu inquérito contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seus filhos e 20 pessoas por incitação ao descumprimento de medidas de combate à Covid-19, com base no relatório final da CPI da Covid. A investigação, com prazo inicial de 60 dias, também apura outros crimes apontados pela CPI, como fraudes em licitações e superfaturamento de contratos. Entre os alvos estão parlamentares bolsonaristas, ex-integrantes do governo, empresários e influenciadores ligados ao ex-presidente.
O vencedor
Pesquisa Genial/Quaest divulgada na quinta-feira (18) mostra que o presidente Lula (PT) venceria em todos os cenários de segundo turno das eleições de 2026, mantendo vantagem sobre adversários como Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PL). O levantamento também indica queda no apoio à candidatura de Bolsonaro, com 76% dos brasileiros achando que ele deveria apoiar outro nome, e registra índices de rejeição mais altos para Eduardo Bolsonaro e Michelle Bolsonaro. Entre eleitores, metade dos que não têm posição política teme o retorno de Bolsonaro, enquanto 29% têm receio de Lula continuar no poder.
(Com Reuters, Estadão, O Globo e Agência Brasil)