A Polícia Federal (PF) realizou, na manhã desta quarta-feira (12), uma operação de busca e apreensão na residência de Carla Ariane Trindade, ex-esposa de Marcos Cláudio Lula da Silva, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ação aconteceu em Campinas, interior de São Paulo, e integra a Operação Coffee Break, que apura fraudes em licitações envolvendo prefeituras e empresas de tecnologia educacional.
Segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, os agentes chegaram por volta das 6h da manhã e foram recebidos por Marcos Cláudio, que se identificou como morador do local. Também estavam na casa Carla, seu filho e seus pais. O mandado foi cumprido de forma tranquila e encerrado às 7h33, sem incidentes. Durante a diligência, foram apreendidos um celular, um computador e um caderno de anotações.
PF apura suspeita de propina ligada à empresa de tecnologia educacional
A investigação aponta que Carla Ariane Trindade teria recebido pagamentos indevidos do empresário André Gonçalves Mariano, proprietário da Life Tecnologia Educacional. Segundo as apurações, a empresa teria lucrado cerca de R$ 50 milhões em licitações públicas, beneficiando prefeituras como as de Sumaré, Hortolândia e Limeira.
De acordo com a PF, Carla supostamente intermediaria interesses do empresário junto a órgãos públicos federais, incluindo o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
Defesa e próximos passos da investigação
A defesa de Carla solicitou acesso aos autos e informou que ainda não teve contato completo com as provas reunidas pela investigação. A ex-nora do presidente nega qualquer envolvimento em irregularidades e afirma que colaborará com a Justiça.
A Operação Coffee Break também resultou na prisão de André Mariano, apontado como responsável por organizar o suposto esquema de propina e direcionamento de contratos públicos. As apurações seguem sob sigilo judicial.
Casos como o da Operação Coffee Break ganham relevância por envolver pessoas próximas ao presidente e por levantar debates sobre ética, transparência e controle em contratações públicas. A presença de Marcos Cláudio Lula da Silva no local da operação despertou atenção política, embora não haja indícios de que ele seja investigado.
A PF reforçou que a ação visa fortalecer o combate à corrupção e garantir maior integridade nas relações entre o poder público e empresas privadas.