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O mundo é bombardeado diariamente por notícias novas acerca de algum advento da ciência que pode revolucionar alguma área específica, desvendar mistérios e solucionar casos antigos de um relacionamento vitalício com o conhecimento. Pelo tamanho da Terra, sabemos que esse tipo de atitude é resultado das oportunidades finitas que temos de estar sempre descobrindo e vasculhando aspectos até então desconhecidos, e com certeza esse sentimento alimenta esses especialistas.

No início deste mês, a revista Nature divulgou um estudo que evidenciava uma clara vontade de alguns cientistas de desvendar a vida no Egito Antigo. Pela primeira vez, eles sequenciaram o genoma completo de uma pessoa que viveu há cerca de 4.500 anos e, a partir do DNA, identificaram que se tratava de um homem que morreu idoso e passou boa parte de sua vida como ceramista. O corpo hoje pertence ao World Museum, em Liverpool, no Reino Unido, mas foi achado no início da década de 1990 em Nuwayrat, uma necrópole perto da Cidade dos Mortos de Beni Haçane, que fica na margem do rio Nilo.

Os restos mortais do esqueleto estavam em ótimo estado de preservação, o que fez com que os pesquisadores conseguissem uma datação por radiocarbono, método usado para esse fim em materiais orgânicos e inorgânicos, e constatassem que ele morreu entre 2.855 a.C. e 2.570 a.C. O fato revelou ainda que o homem mantinha contato com os cidadãos da região, porém não era do Egito e sim proveniente de ancestrais do Crescente Fértil, no Oriente Médio, a mais de mil quilômetros de distância.

O genoma registrou que, além de se tratar de um indivíduo do sexo masculino, havia sinais de artrite e um desgaste que apontava uma idade entre 44 e 64 anos, o que também determina alguns pontos sobre o estilo de vida deles. Por falar em estilo de vida, o esqueleto foi encontrado em um túmulo superfaturado, mas os sinais de uma vida difícil impossibilitam uma afirmação sobre status social. O palpite sobre a cerâmica se sustentou com base no recipiente em que foi sepultado, um vaso feito com esse material.

Sequenciar o genoma exigiu habilidade e amostras das raízes do dente deste homem, já que o local em que foi encontrado possui um clima quente e árido, que facilmente degradaria o DNA. Os pesquisadores suspeitam que o estado de conservação seja resultado do vaso de cerâmica, que teria mantido as condições do clima no exterior, produzindo um ambiente estável para o material genético.

A principal fonte de esperança, e que servirá como iluminação para esses investigadores, é saber a relação da Mesopotâmia com esses povos. Levando a distância em consideração, que tipo de influência existia entre os dois? A troca de bens ou a escrita em hieróglifos utilizada por ambos ocorreu de maneira independente ou foi resultado de uma convergência de culturas?

Escrito por Kethelyn Rodrigues, supervisonada por Henrique Souza.

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