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Matheus Castro e Murilo Borges
29 de jun, 2025, 21:20
Torneio de tênis mais antigo do planeta, Wimbledon começa nesta segunda-feira (30) e promete levar muita emoção das quadras de grama mais tradicionais do esporte até os fãs que podem acompanhar todos os jogos com transmissão no Disney+ Premium.
O terceiro dos quatro Grand Slams da temporada vai reunir as principais estrelas do circuito, como o atual campeão Carlos Alcaraz, o único integrante do Big 3 em atividade Novak Djokovic e o líder do ranking mundial Jannik Sinner na chave masculina.
(Conteúdo oferecido por Itaú, Ademicon, Engie, Jaguar, Philco e Seara)
Na chave feminina, Wimbledon costuma apresentar surpresas, mas as protagonistas Aryna Sabalenka, número um do mundo, Coco Gauff, vice-líder do ranking e que acaba conquistar o título em Roland Garros, e a Iga Swiatek, dona de cinco Grand Slams, confirmaram suas presenças.
O Brasil também vai marcar presença no All England Club. Os torcedores podem até levar algumas bandeiras verde e amarelas para tentar colorir um pouco do branco tradicional, e obrigatório para os jogadores, para apoiarem João Fonseca, que disputa o Grand Slam pela primeira vez, e Beatriz Haddad Maia, que já chegou até as oitavas de final em Londres. Além disso, nas duplas, ao menos sete parcerias terão a bandeira brasileira no placar.
Prontos para o 3º Grand Slam de 2025? A ESPN preparou um guia completo para Wimbledon 2025.
A História de Wimbledon
O torneio de tênis original. Em 1877, a primeira edição foi realizada no mesmo All England Croquet and Lawn Tennis Club (Clube de Croquet e Tênis de Grama da Inglaterra) no distrito de Wimbledon, a sudoeste do centro de Londres. Seu primeiro campeão foi o britânico Spencer Gore e apenas a chave masculina, com 22 jogadores, foi disputada.
Em 1884, o torneio cresceu com a adição da disputa feminina e duplas masculinas, além da participação de estrangeiros. A primeira campeã de Wimbledon foi Maud Watson, que venceu a própria irmã na decisão.
A primeira vez que alguém de fora da Grã-Bretanha ficou com o troféu foi na chave com a americana May Sutton em 1905. No masculino, Norman Brookes, da Austrália, foi o primeiro campeão estrangeiro em 1908.
Na década de 1930, o termo Grand Slam, que é a melhor jogada possível em um jogo de cartas, foi cunhado para destacar os quatro principais torneios de tênis no mundo. As maiores competições de tênis na Grã-Bretanha, Austrália, França e Estados Unidos ganharam esse status porque esses países foram os únicos que venceram a Copa Davis, a Copa do Mundo do tênis masculino, desde sua primeira edição, em 1900, até 1974.
Em 1968, os tenistas profissionais foram permitidos a disputar Wimbledon e os outros Grand Slams, dando início a Era Aberta do tênis. Até então, esses torneios eram restritos aos amadores.
Desde 1877, The Championships, nome original do torneio, só não foi disputado durante as Guerras Mundiais (1915 a 1918 e de 1940 a 1945) e a pandemia da Covid-19 (2020). Em 2022, uma polêmica. Por conta da guerra da Rússia com a Ucrânia, a organização de Wimbledon decidiu proibir a participação de atletas russos e bielorussos. Por conta disso, a Federação Internacional de Tênis (ITF) não deu pontos do ranking para os competidores.
Desde a primeira edição até os dias de hoje, as roupas dos jogadores têm um destaque no torneio. O código de vestimenta inteiro branco começou como uma tradição, seguindo a moda da elite inglesa e virou regra em 1963 porque a brasileira Maria Esther Bueno usou um vestido branco, mas com o forro rosa no ano anterior, irritando a direção do torneio.
Desde então, os jogadores são obrigados a vestir branco na quadra, seja em treinos ou jogos. A única exceção é para as mulheres que podem usar shorts de uma cor escura por baixo de sua roupa para evitar constrangimentos durante a menstruação. E isso só foi permitido em 2023.
Programação de Wimbledon
Chega de falar do passado. A chave principal do torneio começa nesta segunda-feira (30), e as grandes finais estão marcadas para os dias 12 e 13 de julho, respectivamente. Assim ficou o calendário:
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Primeira rodada: dias 30 e 1º
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Segunda rodada: dias 2 e 3
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Terceira rodada: dias 4 e 5
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Oitavas de final: dias 6 e 7
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Quartas de final: duas 8 e 9
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Semifinais: dias 10 (femininas) e 11 (masculinas)
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Finais: dias 12 (femininas) e 13 (masculinas)
As chaves de duplas masculinas e femininas começam na quarta-feira (2), e as mistas iniciam na sexta (4). A chave juvenil começa no sábado (5). As disputas do tênis em cadeira de rodas serão disputadas a partir de 8 de julho.
Wimbledon, diferentemente dos outros três Grand Slams, tem apenas uma sessão por dia, diurna, com os jogos começando às 7h (de Brasília). Outra peculiaridade é que as partidas precisam ser interrompidas às 19h (de Brasília).
Todas as quadras estão disponíveis no Disney+ Premium e, diariamente após as partidas, o programa Pelas Quadras vai analisar os melhores jogos do dia.
Favoritos
A grama de Wimbledon costuma ser traiçoeira e dificultar o trabalho até dos melhores tenistas do mundo. Por ser a superfície mais rápida do circuito e pelo quique da bola mais irregular, é fácil de se esperar surpresas no Grand Slam mais antigo do planeta.
Ainda assim, dá para apontar alguns favoritos, sobretudo na chave masculina. O principal deles é Carlos Alcaraz. O tenista espanhol de 22 anos é o atual bicampeão de Wimbledon e chega como maior candidato ao troféu após ser campeão do ATP 500 de Queen’s, principal torneio masculino disputado na grama antes do major. Se conseguir o tri consecutivo, ele se juntará a um seleto grupo que conseguiu três ou mais títulos seguidos na Era Aberta, assim como Novak Djokovic, Roger Federer, Pete Sampras (duas vezes) e Bjorn Borg.
Entre os principais desafiantes do atual campeão, estão Jannik Sinner e o próprio Djokovic. O italiano, número um do mundo, busca seu primeiro título de Grand Slam fora das quadras rápidas, já que venceu duas vezes o Australian Open e o último US Open. Na atual gira de grama, no entanto, o líder do ranking caiu para Alexander Bublik nas oitavas do ATP 500 de Halle e, no ano passado, parou nas quartas de Wimbledon para Daniil Medvedev. Seu melhor resultado na grama sagrada de Londres é a semifinal de 2023, quando foi superado por Djoko.
O sérvio, mesmo aos 38 anos, entra na chave principal também como grande candidato ao título. Nole simplesmente participou das últimas 6 finais do Grand Slam e só foi superado nas últimas duas, para Alcaraz. Como de costume, Djokovic não participou de nenhum torneio da atual gira, mas já está treinando há quase uma semana no All England Club. Com sete títulos, o atual número 6 do mundo busca igualar o recorde de Federer como maior campeão masculino de simples de Wimbledon. Será que Alcaraz ou outro tenista vai conseguir impedi-lo.
Além dos três favoritos, alguns fãs da grama também correm por fora, como Jack Draper, que joga em casa, e, por que não, Bublik, que acaba de derrotar o número um do mundo, vive a melhor fase da carreira e já tem dois títulos nesse piso.
Na disputa feminina, apontar uma favorita é quase uma missão impossível. Tanto, que as últimas três campeãs, Barbora Krejcikova, Marketa Vondrousova e Elena Rybakina, não estavam nem dentro do top 15 antes de chegarem em Londres.
Nesta edição, Aryna Sabalenka chega como principal candidata ao título. A líder do ranking nunca venceu um Grand Slam fora de uma quadra dura, porém em suas últimas duas participações em Londres, ela chegou até as semifinais em 2021 e 2023. No ano passado, Sabalenka não participou de Wimbledon por uma lesão no ombro e em 2022 foi impedida de jogar devido ao banimento da organização aos tenistas da Rússia e Belarus.
Quem também aparece nas cabeças é Rybakina, campeã em 2022, e que chega em Londres como nº 11 do mundo. A atual gira de grama não foi das melhores para a cazaque, que parou nas quartas em Queen’s e em Berlim, ambos WTA 500. O ano de Rybakina não tem sido tranquilo, com polêmicas fora da quadra; mesmo assim, ela já conseguiu levantar um troféu na temporada e conhece os atalhos no All England Club.
Para fechar um top 3 de “favoritas” podemos colocar tanto Coco Gauff ou Iga Swiatek. A americana, atual campeã de Roland Garros, nunca passou das oitavas de Wimbledon, mas nos últimos meses venceu, além do Grand Slam francês, o WTA Finals derrotando Sabalenka e Swiatek. A tenista de 21 anos chega como cabeça de chave número 2.
Já Swiatek, ex-número um do mundo, costumava dominar no saibro e essa temporada tem sido um pouco mais complicada para a polonesa, que até agora não venceu nenhum título. Em Wimbledon, seu melhor resultado foi as quartas de final em 2023 e ela acaba de chegar até a decisão do WTA 500 de Bad Homburg, disputado na grama. Sinal de maré virando para Iga?
A superfície de Wimbledon é tão peculiar que permite que alguns especialistas amantes do piso sonhem em ir longe. Nesse caso, a atual campeã Krejcikova, que conviveu com lesões desde levantar o troféu em Londres no ano passado, e Vondrousova, vencedora em 2023, que também ficou fora do circuito por seis meses por problemas físicos, correm por fora e podem surpreender. Essa última, inclusive, está embalada pelo título no WTA 500 de Berlim, vencendo Sabalenka na campanha.
Além das duas tenistas da Tchéquia, Tatjana Maria, de 37 anos, furou o quali e foi campeã do WTA 500 de Queen’s, já fez semifinal em Wimbledon em 2022 e pode ser outra candidata a grande surpresa em Londres, além de Jessica Pegula, que ficou com o título em Bad Homburg.
Brasileiros
O país também está representado na grama de Wimbledon. Pela primeira vez na carreira, João Fonseca vai disputar a chave principal do torneio de tênis mais antigo no mundo. No ano passado, ele não furou o qualificatório e, como juvenil, chegou até as quartas de final em 2023.
No circuito da ATP, João venceu seu primeiro jogo na grama na última semana, quando bateu Zizou Bergs na 1ª rodada do ATP 250 de Eastbourne. Na sequência, ele acabou eliminado por Taylor Fritz por 2 sets a 1. Assim, o brasileiro de 18 anos chega em Wimbledon com uma vitória e 3 derrotas na grama no currículo, já que caiu na estreia no ATP 500 de Halle esse ano e no ano passado.
Na chave feminina, o Brasil será novamente representado por Beatriz Haddad Maia. Número um do país há pelo menos três anos, Bia tem como melhor resultado no All England Club as oitavas de final em 2023 e já conquistou dois títulos de simples na grama em 2022.
Na atual temporada, a brasileira viveu uma fase complicada, somando nove derrotas seguidas de janeiro até maio, mas reencontrou as vitórias na gira de saibro, chegando até as quartas de final de Estrasburgo e também na última semana, chegando até as quartas do WTA 500 de Bad Homburg, na Alemanha.
João Fonseca estreia contra o britânico Jacob Fearnley, nº 51 do mundo, e, se vencer, encara o vencedor do duelo entre Tallon Griekspoor, cabeça nº 31, e Jenson Brooksby. Na Em uma eventual 3ª resultado, fase que chegou em Roland Garros, pode enfrentar o top 10 Holger Rune.
Cabeça de chave número 21, Bia Haddad estreia contra Rebecca Sramkova e, se avançar, encara a vencedora entre Dalma Galfi e Harriet Dart. Em uma eventual terceira rodada, ela pode encarar Amanda Anisimova, cabeça número 13, e ainda pode encarar nas oitavas a atual finalista Jasmine Paolini, número 4 do mundo.
Nas duplas femininas, o Brasil tem Bia com a alemã Laura Siegemund, Luisa Stefani com a húngara Timea Babos, Ingrid Martins com a americana Quinn Gleason. No masculino, Rafael Matos e Marcelo Melo formam a única parceria 100% nacional, Orlando Luz joga com o croata Ivan Dodig, Fernando Romboli com o australiano John-Patrick Smith e Marcelo Demoliner com italiano Guido Andreozzi.
Maiores campeões
Ser coroada na grama sagrada de Wimbledon já coloca a tenista na história do esporte, mas imagina ser a maior campeã de simples da história do torneio mais antigo do planeta. A americana Martina Navratilova detém esse posto de recordista de títulos de simples. Foram nove títulos na Era Aberta, sendo seis deles consecutivos (1982 a 1987). Além disso, ela ainda soma 20 conquistas, contando os sete títulos de duplas femininas e os quatro nas duplas mistas.
Na Era Aberta, quem se aproximou de Navratilova foi a alemã Steffi Graff, contemporânea da americana, e a também norte-americana Serena Williams, ambas com sete títulos de simples cada uma.
Entre as tenistas inscritas na edição de 2025 de Wimbledon que já levantaram o troféu estão a atual campeã Barbora Krejcikova, Marketa Vondrousova, Elena Rybakina e Petra Kvitova. Essa última, inclusive, é a única que venceu em Londres mais de uma vez e disputa o major britânico pela última vez, já que anunciou sua aposentadoria.
Entre os homens, quem lidera essa estatística é Roger Federer. O suíço venceu oito vezes a chave simples do único Grand Slam disputado na grama sendo cinco deles de forma consecutiva, de 2003 a 2007.
O reinado de Federer está ameaçado por Novak Djokovic. O tenista sérvio de 37 anos está confirmado na chave principal e tem sete títulos, o último dele conquistado em 2022. Além de Nole, Pete Sampras também tem a mesma quantidade de troféus, mas o americano é de uma geração anterior ao Big-3. Entre os tenistas em atividade, apenas Carlos Alcaraz já venceu, duas vezes, o troféu em Wimbledon.
Premiação
Além de todo o prestígio que envolve Wimbledon, uma grande premiação dada aos campeões é uma tradição no Grand Slam disputado em Londres. Nesta edição, um recorde de 53,5 milhões de libras esterlinas, algo em torno de 400 milhões de reais será distribuído ao longo de toda competição. Confira abaixo os prêmios que cada jogador vai receber em cada fase do torneio.
SIMPLES MASCULINO E FEMININO
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Campeã(o): £3.000.000 (R$ 22.530.000)
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Vice-campeã(o): £1.520.000 (R$ 11.415.200)
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Semifinalistas: £775.000 (R$ 5.818.250)
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Quartas de final: £400.000 (R$ 3.004.000)
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Quarta rodada: £240.000 (R$ 1.801.200)
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Terceira rodada: £152.000 (R$ 1.141.520)
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Segunda rodada: £99.000 (R$ 743.490)
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Primeira rodada: £66.000 (R$ 495.660)
DUPLAS MASCULINAS E FEMININAS (por dupla)
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Campeões: £680.000 (R$ 5.106.800)
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Vice-campeões: £345.000 (R$ 2.590.950)
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Semifinalistas: £174.000 (R$ 1.306.740)
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Quartas de final: £87.500 (R$ 657.125)
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Terceira rodada: £43.750 (R$ 328.562,50)
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Segunda rodada: £26.000 (R$ 195.260)
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Primeira rodada: £16.500 (R$ 123.915)