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Apesar de ter recebido R$ 147.453.439,10 do Fundo Nacional de Saúde (FNS) apenas nos primeiros meses de 2025, o município de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, segue mergulhado em uma grave crise na saúde pública. A gestão do prefeito Wladimir Garotinho é duramente criticada pela população, que denuncia a precariedade nos atendimentos, a falta de medicamentos e insumos, além das más condições estruturais de unidades como o Hospital Ferreira Machado e a Unidade Pré-Hospitalar (UPH) de Guarus.
Os dados oficiais, obtidos no Portal do Fundo Nacional de Saúde (portalfns.saude.gov.br), mostram que os repasses para Campos somam R$ 147,4 milhões até agora em 2025. Os recursos foram destinados a diversas áreas do Sistema Único de Saúde (SUS), entre elas:
Assistência Farmacêutica
Atenção Primária
Atenção de Média e Alta Complexidade
Vigilância em Saúde
Gestão do SUS
Investimentos para estruturação da rede pública
Mesmo com esse volume expressivo de verba federal, usuários do SUS em Campos relatam longas filas, demora nos atendimentos, ausência de médicos e leitos improvisados, além de episódios de mortes supostamente causadas por negligência médica e falta de estrutura.
Apenas para investimentos em estruturação da rede pública, o município recebeu R$ 5.240.171,00. Ainda assim, o cenário em muitas unidades hospitalares permanece de abandono. No Hospital Ferreira Machado, referência regional, é comum encontrar pacientes em macas nos corredores e familiares denunciando falta de itens básicos, como soro fisiológico e antibióticos. Na UPH de Guarus, há registros constantes de superlotação e atendimento emergencial precário.
A situação tem gerado revolta na população e levantado questionamentos sobre a real aplicação dos recursos públicos repassados pela União. O município de Campos, com cerca de 519 mil habitantes, é o que mais recebe verbas de saúde na região, mas os resultados não têm sido compatíveis com o volume de investimento.
Até o momento, a Prefeitura não apresentou um plano público de reestruturação das unidades ou justificativas detalhadas sobre os gargalos no sistema, mesmo diante da crescente insatisfação popular. O Ministério Público também já recebeu denúncias sobre possíveis irregularidades na gestão da saúde municipal.
Enquanto isso, a população continua sofrendo. Famílias inteiras seguem em busca de atendimento digno, enquanto os cofres públicos recebem milhões para garantir justamente esse direito básico.