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Na manhã desta terça-feira (24), estudantes universitários e de instituições técnicas de Campos dos Goytacazes denunciaram, por meio de grupos de WhatsApp, a proibição repentina do acesso ao campo de estágio no Hospital Ferreira Machado (HFM). A principal alegação para a suspensão seria a falta de materiais básicos para o exercício das atividades, o que teria motivado a retirada de acadêmicos do local — incluindo alunos da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), que afirmam ter sido expulsos da unidade.
Segundo relatos, a suspensão afetaria estagiários de cursos da área da saúde, especialmente os acadêmicos de medicina em estágio extracurricular. Universidades e instituições técnicas, no entanto, possuem contratos e termos firmados com a Secretaria Municipal de Saúde, autorizando a permanência de estudantes nos hospitais e unidades de saúde pública. A decisão, portanto, teria sido tomada de forma unilateral e sem aviso prévio, o que gerou revolta entre os estudantes.
Uma das mensagens compartilhadas afirma que, em meio à crise de insumos, alunos estariam sendo orientados a economizar luvas e utilizá-las em mais de um paciente, prática que configura risco de contaminação cruzada e fere protocolos básicos de biossegurança.
“Querem que a gente economize luva, usar a mesma em mais de um paciente… isso é um absurdo”, desabafou uma acadêmica em um dos grupos.
Estudantes questionam a existência de um documento oficial que teria embasado a decisão de proibir os estágios extracurriculares, mas até o momento nenhuma publicação oficial foi localizada no Diário Oficial do Município. Um suposto ofício teria sido enviado por WhatsApp a professores responsáveis pelas turmas, mas o conteúdo ainda está sendo verificado.
A suspensão, caso se estenda por tempo indeterminado, pode prejudicar o calendário de formação dos alunos e comprometer a conclusão de cursos. “Espero que nossas vidas não se atrasem por causa disso”, escreveu outra estudante.
A situação teria iniciado no Hospital Ferreira Machado, mas estudantes relatam preocupação de que a proibição seja estendida também ao Hospital Geral de Guarus (HGG), Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades Pré-Hospitalares (UPHs).