Mundial de Clubes: Benfica x Auckland City é paralisado por mais de duas horas por tempestade em Orlando (1:04)
Partida da 2ª rodada da fase de grupos do Mundial foi interrompida no intervalo; O Benfica vencia por 1 a 0 com gol de Di María (1:04)
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Fabio Tarnapolsky e Paulo Cobos, da Filadélfia (EUA)
20 de jun, 2025, 16:18
Nada menos que quatro jogos foram interrompidos até o momento no Mundial de Clubes, com apenas a segunda rodada ainda em curso. Nesta sexta-feira (20), o duelo entre Benfica e Auckland City ficou mais de duas horas suspenso pelo mesmo motivos de todos os outros: riscos de raios e tempestade. O que a Fifa tem feito é seguir recomendações de serviços meteorológicos dos Estados Unidos e tomado decisões ao lado de autoridades locais.
Não há uma regra definida, mas orientações de como agir em casos de condições climáticas adversas. E cada entidade esportiva pode decidir quais diretrizes aplicar, discutindo com os governos locais. A NASCAR, a NCAA e a MLS, por exemplo, adotam um mesmo: se qualquer raio for notado em um raio de oito quilômetros, paralisação de 30 minutos, que pode estender à medida que o tempo é analisado.
Cada estádio e cada estado tem regras diferentes sobre questões climáticas. A federação máxima do futebol tem decidido junto aos administradores e autoridades locais sobre a paralisação ou não, de acordo com essas normas. O National Weather Service (NWS), serviço de meteorologia dos Estados Unidos, indica em documento as principais recomendações e motivos científicos e estatísticos para as interrupções.
“A cada ano, tempestades produzem cerca de 20 a 25 milhões de raios nos Estados Unidos – cada um dele é um potencial assassino. Alguns atingem diretamente a área, mas outros se estendem para longe, onde as pessoas percebem que a ameaça é baixa ou inexistente, e são pegas de surpresa”, escreveu a agência governamental.
Desse modo, o NWS orienta que, para atividades ao ar livre, organizadores tenham um plano de segurança contra raios e o sigam à risca. Esse planejamento deve fornecer diretrizes de segurança clara e específicas para não haver erros de julgamento, seguindo cinco perguntas: “Quando as atividades devem ser interrompidas? Para onde as pessoas devem se encaminhar? Quando as atividades devem ser resumidas? Quem deve monitorar o clima? O que fazer se alguém for atingido por um raio?”.
Assim, o serviço recomenda que os organizadores ouçam a previsão do tempo mais recente para determinar a probabilidade de tempestades. A ameaça significativa de raios, segundo o NWS, acontece quando as nuvens estão em uma distância de 6 a 10 milhas (ou 9,6 a 16 quilômetros).
Nos eventos da NASCAR, NCAA e MLS, por exemplo, se os raios forem detectados a oito quilômetros, já é o suficiente para incentivar uma paralisação – e isso está sendo adotado de maneira semelhantes em cada um dos estádios. Os jogos do Mundial de Clubes afetados foram Palmeiras 2 x 0 Al Ahly, Ulsan 0 x 1 Mamelodi Sundowns, Pachuca 1 x 2 RB Salzburg e Benfica 6 x 0 Auckland City.
“Se você ouvir trovões, no entanto, é seguro apostar que a tempestade está a menos de 16 quilômetros. Tempestades podem se desenvolver diretamente sobre a cabeça (dos espectadores) e algumas podem desenvolver raios assim que se movem para uma área”, escreve o serviço de meteorologia americano.
O tempo recomendado para reiniciar uma partida é de 30 minutos, aspecto também se baseado nas orientações do NWS. “Como as cargas elétricas podem permanecer nas nuvens depois que uma tempestade passou, os especialistas concordam que as pessoas devem esperar pelo menos 30 minutos após o último trovão antes de retomar as atividades ao ar livre”, aponta a entidade.
Quem determina se as condições estão perigosas ou não devem ser meteorologistas especializados, e não os integrantes da comissão técnica e nem mesmo o juiz, aponta o serviço. “Essas pessoas estarão ocupadas e não poderão monitorar adequadamente”.
Em resumo, são três os fatores essenciais a serem levados em conta: se é possível enxergar raios; se ouvir trovões e se os céus parecerem “ameaçadores”. Caso um evento do Mundial de Clubes seja interrompido por isso, as pessoas devem se abrigar no lado interno do estádio em que estão.
Os protocolos já são antigos para quem acompanha esportes americanos e surgiram porque já houveram acidentes com o clima. Em 2012, um espectador morreu ao ser atingido por um raio durante uma etapa da NASCAR no Autódromo de Pocono, na Pensilvânia. Desde então, o país passou a ter maior cautela com tempestades que possam ser potencialmente prejudiciais tanto aos atletas quanto ao público.
Onde assistir ao Mundial de Clubes?
O Mundial de Clubes terá transmissão ao vivo pela CazéTV, disponível sem custo adicional no Disney+