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Lucas Guanaes e Luís Araújo
21 de set, 2025, 01:15
O aquecimento para a temporada 2025/26 da NBA continua aqui no ESPN.com.br. Agora é a vez de apresentar o Washington Wizards, que até fez algumas movimentações na “offseason”, mas ainda depende do desenvolvimento de jovens peças para saber se o processo de reconstrução finalmente entrou em uma direção promissora.
Como foram os Wizards na última temporada
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Campanha: 18 vitórias e 64 derrotas
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Classificação: 15º lugar na Conferência Leste
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O que aconteceu: vencer dois dos quatro primeiros jogos pode até ter enganado um fã de basquete ou outro no início da temporada passada, mas logo vieram 16 derrotas consecutivas para não deixar dúvidas em ninguém sobre o quanto os Wizards eram fracos. O ataque foi o menos eficiente de toda a liga, ao passo que a defesa foi a terceira pior.
O elenco dos Wizards para a temporada 2025/26
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Escolhas de Draft: Tre Johnson (ala-armador, 6ª escolha), Will Riley (ala, 21ª escolha) e Jamir Watkins (ala-armador, 43ª escolha)
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Quem mais chegou: Malaki Branham (armador, San Antonio Spurs), CJ McCollum (ala-armador, New Orleans Pelicans), Cam Whitmore (ala, Houston Rockets), Marvin Bagley (ala-pivô, Memphis Grizzlies), Kelly Olynyk (ala-pivô, New Orleans Pelicans) e Dillon Jones (ala-pivô, Oklahoma City Thunder)
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Quem foi embora: Marcus Smart (armador, Los Angeles Lakers), Malcolm Brogdon (armador, New York Knicks), Jordan Poole (ala-armador, New Orleans Pelicans), Colby Jones (ala-armador, Detroit Pistons), Saddiq Bey (ala, New Orleans Pelicans) e Richaun Holmes (pivô, Panathinaikos/Grécia)
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Provável time titular: Bub Carrington, CJ McCollum, Cam Whitmore, Bilal Coulibaly e Alex Sarr Reservas: Malaki Branham (armador), Tre Johnson, Kyshawn George, AJ Johnson, Jamir Watkins (alas-armadores), Khris Middleton, Will Riley, Justin Champagne, Corey Kispert (alas), Marvin Bagley, Anthony Gill (alas-pivôs) e Tristan Vukcevic (pivô)
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Técnico: Brian Keefe
O clima para a temporada
Embora ainda busquem continuar lapidando as jovens peças que chegaram ao elenco nos últimos anos, os Wizards foram buscar CJ McCollum no New Orleans Pelicans, em uma troca que envolveu a saída de Jordan Poole. A movimentação indica uma ideia interessante: a de que veterano de bom nível, com experiência em playoffs e acostumado a pressões maiores, pode trazer benefícios para o amadurecimento de gente tão nova.
Mas teve também mais aposta em gente nova e ainda não provada. Primeiro com a escolha de número 6 do Draft, que foi transformada no ala-armador Tre Johnson. E depois veio a curiosa aquisição de Cam Whitmore, ala selecionado na primeira rodada do Draft de 2023 pelo Houston Rockets, mas que pouco jogou por lá nos dois primeiros anos de carreira. Como a situação não parecia que ia mudar, ele pediu para ser negociado, e os Rockets aceitaram. Alguns times surgiram interessados em fazer negócio, mas Whitmore pediu para jogar nos Wizards por entender que assim teria mais espaço e poderia fazer a carreira decolar.
Abre aspas
“Não vou mentir. Estou realmente buscando ganhar mais jogos. Quero transformar essa organização de maneira positiva, fazendo com que os torcedores tenham o desejo de ir ao ginásio ou ver os Wizards jogando pela televisão. Mas antes de mais nada precisamos vencer. Minha meta é algo entre 35 e 40 vitórias. A Conferência Leste está aberta, qualquer equipe pode entrar na briga. Mas uma vaga no play-in não seria um mau resultado.”
As aspas são de Cam Whitmore, ala que chegou aos Wizards depois de duas temporadas sem muito espaço na rotação do Houston Rockets. Prestes a entrar em seu terceiro ano, agora em um novo ambiente, existe a expectativa de que ele possa finalmente ter mais espaço para mostrar o potencial que muita gente enxerga nele. Confiança para justificar essa aposta, ao que parece, não falta.
Uma esperança
São justamente as mudanças na “offseason” que podem dar uma acelerada no processo de reconstrução deste time e indicar que dias melhores, e mais competitivos, estão por vir. Parece pouco provável que McCollum não represente de imediato um salto de qualidade em relação a Jordan Poole. Também não é difícil imaginar que a simples presença dele destrave os caminhos para gente como Alex Sarr, Bilal Coulibaly e Bub Carrington, exercendo um papel imaginado para Khris Middleton, que segue no elenco.
E se Cam Whitmore for realmente aquilo que seus observadores mais otimistas imaginavam, um jovem talentoso que só não jogava mais no Houston Rockets por azar das circunstâncias, os Wizards terão então ganhado um ativo valioso em troca de quase nada. Seria um trunfo e tanto para qualquer reconstrução.
Um medo
São muitos jovens juntos em um lugar que não é reconhecido nos últimos tempos por ser uma referência em desenvolvimento de jogadores. E também não seria uma injustiça dizer que nenhum deles desponta ainda como um grande nome prestes a decolar na liga. Pelo contrário: há pontos de preocupação em torno de cada um deles neste momento. São medos que podem desaparecer com o tempo, é claro. Mas alguém sinceramente se surpreenderia caso ninguém desse elenco passe perto de se tornar all-star um dia?
O cara
Uma das novidades neste elenco, CJ McCollum traz para os Wizards a experiência de quem está na NBA há 12 anos e que tem sido titular desde a sua terceira temporada. Em 2024-25, teve médias de 21,1 pontos, 4,1 assistências e 3,8 rebotes em quase 33 minutos por jogo pelo New Orleans Pelicans, além de um aproveitamento de 37,3% nos chutes de três.
Pelo currículo e pela bola que ainda joga, já chega ao novo time com status de melhor jogador. A tendência é que ocupe o lugar que antes pertencia a Jordan Poole como principal motor ofensivo dos Wizards. Neste contexto, não é difícil enxergar uma melhora clara. Ainda que não seja propriamente um maestro na organização de um ataque, McCollum tem tudo para cumprir esse papel muito melhor que seu antecessor e ajudar a deixar o jogo um pouco mais fácil para os jovens ao redor.
Também vale a pena ficar de olho
Há três peças que podem ser citadas por aqui porque hoje parecem mais determinantes para o caminho que essa reconstrução dos Wizards vai tomar. Um deles é Cam Whitmore, por motivos já mencionados anteriormente: jogava pouco em um time forte, muitos especialistas acreditavam que ele tinha talento para ter mais espaço em outro lugar e acabou chegando a Washington em troca de quase nada. Os outros dois são remanescentes da campanha passada: os franceses Alex Sarr e Bilal Coulibaly.
Sarr até melhorou na segunda metade do ano de calouro, mas não dá para dizer que brilhou. Algumas deficiências bem claras e preocupantes continuam em seu jogo, especialmente no ataque. Será interessante acompanhar o que acontecerá no próximo capítulo dessa carreira. O desempenho ofensivo vai apresentar evolução? E, do outro lado da quadra, as características físicas serão traduzidas em uma defesa que seja constantemente de alto nível?
Já Coulibaly, ainda que tenha registrado números melhores em sua segunda temporada em relação à primeira, fez tudo isso de forma menos eficiente. Houve queda nos aproveitamentos dos arremessos em geral e das bolas de três. Pode ter sido só uma oscilação natural de um jovem que precisou aumentar o volume de finalizações em meio a um sistema ofensivo disfuncional? Claro. Mas o sinal de alerta está ligado.
Grau de apelo para o telespectador – de 1 a 5
1,5 (mínimo para baixo) – Cam Whitmore falou que espera ver os torcedores com vontade de ver os jogos dos Wizards. Se já é difícil imaginar isso acontecendo com quem torce para a equipe, imagina então para o resto dos fãs de NBA.
Palpite para a temporada 2025/26 dos Wizards
No cenário mais otimista: o time sobe um degrau ou depois em relação à última temporada, soma vitórias em um ritmo um pouco mais frequente e vê Sarr e Coulibaly darem saltos expressivos em comparação ao ano anterior, indicando que podem vir a fazer parte de um time mais competitivo em um futuro próximo.
No cenário mais pessimista: mais uma temporada abaixo das 20 vitórias, na lanterna do Leste e nenhuma perspectiva de mudar as coisas no futuro próximo que não seja torcer pela primeira escolha do próximo Draft, posição que os Wizards não ocupam desde 2001.
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