Cerca de 22,5 mil crianças sofreram violações graves em conflitos armados no ano passado. Esse total inclui 11.967 menores mortos ou mutilados. É o que revela o relatório da Organização das Nações Unidas, chamado ”22.495 Gritos Assustadores: Crianças Afetadas por Conflitos Sofreram Excessivas Violações Graves em 2024”.
Segundo a ONU, o documento publicado esta semana é um alerta à comunidade internacional. Outras milhares de crianças sofrendo com fome, vítimas de estupros e outros crimes são alguns dos casos relatados dentre os mais altos níveis de violações contra menores. Israel, Territórios Palestinos (incluindo a Faixa de Gaza), República Democrática do Congo, Somália, Nigéria, Moçambique, Líbano e Haiti são algumas das áreas listadas no relatório.
O ano passado ficou marcado por um aumento de 25% desses atos em relação a 2023, e o terceiro período consecutivo com números alarmantes relacionados à violência contra crianças em conflitos armados. Para a ONU a restrição da proteção infantil está ligada diretamente a ações como ataques indiscriminados, desrespeito a cessar-fogo e acordos de paz e piora das crises humanitárias, aliados ao desrespeito ao direito internacional e aos direitos e proteções especiais das crianças. O relatório retrata mais de 7,9 mil casos de negação de acesso humanitário a menores e que mais de 7,4 mil crianças foram recrutadas ou usadas em 25 situações de conflito e guerras.
A boa notícia é que cerca de 16,5 mil crianças, antes associadas a forças ou grupos armados, receberam proteção ou apoio para reintegração, durante 2024, em países na agenda da ONU sobre crianças e conflitos armados. O total de crianças libertadas em conflito desde 2005 chega a 200 mil.